À procura do número da minha secção de voto, encontrei no site da minha junta de freguesia, a seguinte frase, precedida da Bandeira de Portugal.
“Portugal é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização políticas democráticas e o aprofundamento da democracia participativa.”
Fiquei presa às palavras “… baseado na soberania popular…” e encontrei-me a pensar que jamais senti que fosse verdade.
Alguma vez aqui falei de política?
Também não vai ser hoje, pois o que aqui deixarei escrito, não passa de “política barata”.
Claramente contrariada lá fui exercer o meu direito cívico de voto. E se digo claramente contrariada, não é porque não considere este acto um dever que afinal até nem nos rouba muito tempo, mas não consigo afirmar que não custa nada, porque na verdade doer, dói e muito.
Sobretudo para quem como eu não tem partido, analisa por aquilo que vê e sente e o que vejo e sinto, não é nada bonito nem bom de se viver.
Quando olho para todo e qualquer político e vejo as suas “aventuras”, quando oiço as suas falsas promessas, quando sinto vergonha dos escândalos a que todos se “sujeitam” e quando observo a também vergonhosa figura que ousam passar sobre o meu país para outros lá fora, fico completamente atrofiada e tal como os nossos políticos, os meus neurónios paralisam. Corrijo.
São apenas os meus que paralisam, porque os deles exercem bastante actividade, mas apenas no lado contrário ao que o povo gostaria de ver. Encontram-se ao serviço único dos seus próprios e pessoais interesses.
Confesso a minha total falta de conhecimento dos programas eleitorais para mais cinco anos de governação. Será ignorância minha, falta de capacidade de entendimento, ou será que a campanha eleitoral foi feita, como todas as outras, na base de ver quem consegue suplantar-se a dizer pior do adversário?
O mal não é de hoje, nem de ontem, nem de há cinco, nem de há dez anos. É como o brandy. Já vem de longe.
Não fui votar coagida pelo apelo ao voto de Cavaco Silva, que na verdade em vez de um apelo construtivo, mais me pareceu uma promessa de castigo.
(E não deixo de abrir aqui um parêntesis e aproveitar para apresentar a minha sincera solidariedade a sua mulher que coitada ainda tão nova, apenas tem uma reforma de oitocentos euros. É uma afirmação com toda a credibilidade já que foi feita pelo próprio Cavaco em plena campanha eleitoral presidencial.
Daqui deixo uma dica para Maria de uma ideia que me surgiu no sentido de poder fazer aumentar o seu rendimento mensal.
Talvez criar uma página na internet, ou um programa televisivo, ensinando a muitos de nós, onde eu me incluo, como gerir tão curta reforma de modo a poder viver acima de uma classe “média alta” e ainda ter condições de conseguir criar poupanças elevadas como as suas.
Por mim prometo desde já fazer a maior divulgação, além de ser uma aluna assídua e empenhada, decidida a obter a classificação mais alta.)
Fui votar porque entendo que mais do que nunca é uma obrigação nossa. A população portuguesa precisa de soluções eficazes, alterações de base significativas, exigências de melhoria e não de mais pedidos de sacrifícios e continuação de perda direitos. Precisa sim de poder usufruir uma vida minimamente digna.
Quando aqui falo de portugueses, excluo toda a classe política e governamental e uma classe a que com muita verdade chamo de vigaristas que cada vez mais proliferam neste país. É que quem quer obter favores e os aproveita, não tem alternativa a não ser a das cedências e por sua vez oferecer favores também.
Apelando ao velho ditado popular... "para bom entendedor meia palavra basta".
Fui votar visivelmente indecisa, pensando que haveria de ter havido uma campanha massiva ao apelo ao voto nulo e dar aos políticos apenas os votos partidários.
Talvez lhes déssemos uma lição. Talvez conseguissem vislumbrar os tempos do nosso descontentamento.
Talvez não passasse de um talvez!
Fui votar e fui a pé aproveitando para fazer algo em meu próprio benefício – um pouco de exercício físico.
Não deixei de reparar, já pelas notícias na televisão que Passos Coelho foi votar de automóvel dirigido por motorista (eu não disse por “um” motorista… alguma diferença há entre estas palavras).
Falei em Passos Coelho? Poderia ter mencionado qualquer outro dirigente, ou candidato se preferirem.
Será mesmo verdade que cada um tem aquilo que “merece”?
Mafalda, 5 de Junho de 2011
Autor da foto: António Vale
http://olhares.aeiou.pt/bandeira_de_portugal_foto1784504.html
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