É sabido que o Homem é um animal de hábitos.
E fazendo parte desta espécie, eu não sou a excepção que confirma a regra.
Considero que os hábitos podem ser salutares e contribuírem para o nosso bem estar físico e equilíbrio emocional.
Também sei que ao contrário, podem ser questionáveis, em especial quando juntos, coabitam diversas pessoas, podendo os hábitos de umas, desagradar ou colidir com a personalidade de outras.
Ter hábitos também não implica que, por via deles, se deixe de fazer coisas diferentes. Se isso acontece, se eles assumirem as rédeas do nosso dia a dia, aí podem tornar-se perigosos. Em extremos, o hábito pode virar obsessão, derivando daí um estado mental capaz de se transformar em doença.
Longe vá o agoiro, que não é sobre nada disso que quero falar.
Mas gozar os hábitos saudáveis, por vezes, faz deles perfeitos
R i t U a i s.
Eu gosto de tomar o meu pequeno almoço com todos os “ss” e “rr”.
É a refeição do dia que preparada por mim, melhor me sabe.
Pôr a mesa onde disponho tudo, desde o pãozinho ou o croissant, a manteiguinha, o queijinho, pode haver mais que uma qualidade, até ao doce em forma de compota ou marmelada (ai, que saudades da marmelada da D. Amélia), algumas vezes até manteiga de amendoim que adoro… Imagine-se só a bomba calórica que aqui vai!
Mas vamos lá a ver, também não é para comer de tudo. É só para estar à mão caso me apeteça uma coisa em vez de outra.
Para acompanhar, depende da ocasião do ano e tanto pode começar por um sumo de laranja à séria, passando ao leite frio tirado do frigorífico, ou ao iogurte, como, no tempo frio, uma chávena de café com leite (mais leite que café), ou de um delicioso chocolate quentinho.
Só depois de tudo preparado me sento à cabeceira da mesa, virada de frente para a janela da marquise, de onde avisto ainda o cimo de uns montes lá ao fundo e de onde nasce o céu.
Habitualmente, isto faço à mesa da cozinha.
Findo que é o repasto, saboreado sem pressa, apetece-me de seguida um café.
Mas, pasme-se, o café também tem o seu quê de requinte e o conjunto de pires e chávena é colocado num prato de sobremesa, protegido por um guardanapo de papel.
Eu sei! Devia ser de pano, mas isso implicava mais trabalho (lavar e passar a ferro).
É mais bonito assim?
É.
Mas não exageremos porque aqui é mais uma questão técnica e tem como finalidade não deixar o pires resvalar e entornar o café.
Tomado à mesa da cozinha?
Não.
Sento-me comodamente no sofá da sala, ligo a televisão e sintonizo o canal 117 ou 118 –
myZen.tv.
E por ali me vou deliciando olhando aquele ecrã que me devolve imagens de tantas belezas naturais de diversos sítios espalhados neste planeta nosso, lugares onde a água, assumindo diversas formas, mar, riachos, lagos, quedas de água, é uma constante e onde a paisagem ou o céu, vaidosamente nela se vêem espelhados.
Só me apetece saltar para dentro da televisão!
E os tão breves instantes que um café leva a ser bebido, prolongam-se por quinze ou vinte minutos.
Enquanto isso em imaginação viajo e a minha mente distancia-se de tudo que não seja aquele único momento, tornando-se no meu verdadeiro
MOMENTO ZEN DO DIA.
Tantas vezes penso como me apetecia escrever e descrever tanta beleza que meus olhos vislumbram, se para isso tivesse a necessária capacidade.
Encontrar as palavras certas, adequadas, não é empresa fácil e o melhor é nem tentar.
Mas se um dia me atrevesse, se um dia conseguisse, seria sem dúvida a melhor maneira de encerrar este blogue.
Fechá-lo em Beleza, cheia de cor, luz e som, transformada em palavras.
Mafalda, 21 de Julho de 2010
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