Já tinha adormecido, talvez não profundamente.
Acordei, pareceu-me, com um barulho que não identifiquei ao mesmo tempo que sentia a cama tremer. A casa tremia.
Apercebi-me de que era um sismo. Sentei-me na cama assustada. Vi luz em casa acesa. Saltei da cama e chamei pelos meus filhos e logo um me respondeu ao mesmo tempo que vinha ao meu encontro – é um tremor de terra sim, mãe.
Ficámos expectantes, em silêncio, a respiração quase suspensa sentindo o chão que debaixo dos nossos pés abanava.
Uma velinha, possivelmente mal segura caiu, o candeeiro da sala balançou.
Por fim, tudo se aquietou.
Consultámos a net que já noticiava um sismo, na escala de seis, com epicentro no Oceano Atlântico a cerca de 100 Km do Cabo de S. Vicente e de 260 Km de Lisboa.
Tinha sido bem grandinho e dado para assustar de verdade.
Quando cá em casa conseguimos sossegar, a mim custou-me a adormecer.
Pensei em todas as regras de segurança que nunca lembramos. Ter sempre uma lanterna á cabeceira, calçado para usar e algo para vestir rapidamente bem à beira da cama.
Lembrei-me como perante estas forças da natureza, nós que julgamos controlar tudo, somos tão pequeninos e tão completamente impotentes.
Como tantas vezes nos preocupamos em acumular bens materiais desnecessários, em vez de viver em pleno, cada momento, em vez de deixar para viver amanhã seja o que for, pois quem sabe se o amanhã existe.
Nestas alturas, creio que todos nós pensamos o mesmo, mas o ser humano tem memória curta e desperdiça em demasia um bem precioso – TEMPO.
“É irrecuperável o único capital que todos nós esbanjamos; O Tempo!”
António Vieira
Mafalda, 17 de Dezembro de 2009
(foto minha)
De
libel a 18 de Dezembro de 2009 às 11:05
Olá Mafalda, acreditas que eu não senti nada, nadinha mesmo, foi uma noite igual a tantas outras, amena. Eu sou uma pedra, estou sempre atrasada para ir pró choco...ahhahahah...e depois..viajo mesmo no vale dos lençois. De manhã o miúdo ligou a televisão e então disse-me, mãe sabes que esta noite houve um sismo...o quê!!...disse eu, não deste conta pergunta ele
-Eu não filho e tu??..eu também não, ao que respondi que não devia ter sido muito grande, pois senão teríamos dado conta..., mas depois vim a saber que realmente foi grandinho e que mexeu bem nas casas de algumas pessoas.
Mas tens razão, são forças da Natureza que não controlamos, devemos sim estar prevenidos, mas como o nosso clima é tão ameno, vamos deixando sempre para depois. O tempo é precioso mesmo e aquela frase "não deixes para amanhã o que podes fazer hoje"...faz todo o sentido. Para quê adiar??..
Beijokas amiga linda e um Feliz Natal com muitas prendinhas, muito amor, muita saúde, muito calorzinho humano, muita alegria e muita felicidade ...na companhia dos teus filhotes lindos de morrer e restante família e amigos.
Olá minha amiga
Ainda bem que nem tu nem os teus filhotes deram por nada porque realmente assusta.
É mesmo importante aproveitar tudo de bom que nos possa acontecer e procurar sempre mais caminhos alegres que nos façam sentir bem.
Eu sei amiga que tu tens muitas caracteristicas e sensibilidade para aproveitares o melhor da vida.
O que te desejo é que seja sempre assim contigo, com teus queridos filhotes, a tua familia que tanto amas e com os amigos, que também nos fazem falta.
Ah! e venham de lá... mais uns pózinhos daqueles "eurozinhos" para ajudarem mais um pouquinho... também dá jeito.
Que tenhas tudo em dobro do que a mim desejas neste Natal... mas ainda te falo antes.
Beijokas para ti minha linda
De elisabete a 18 de Dezembro de 2009 às 14:49
A maior arrogância do Homem é pensar que é superior aos outros animais, porque fala e vai criando.
Perante a sábia Natureza o Homem é só e apenas, mais uma das muitas criaturas que habitam este planeta.
E de vez enquanto Ela lembra-nos isso, só que não conseguimos ouvi-la...
Um beijo
É mesmo assim minha queridinha.
Só não sei se não conseguimos ouvi-la, ou, o que é pior, simplesmente a ignoramos... é de facto arrogância porque na verdade contra ela somos completamente impotentes.
Beijinhos com muito carinho
Olá Mafalda,
Gostei do teu texto até pelas noções básicas que devemos saber e que não ligamos, pela nossa preocupação com coisa nenhuma...
Beijinhos
Alex 
Olá Alex
Tens razão e falo por mim também... como nos preocupamos com coisas insignificates, quando há tanto a valorizar na vida.
Obrigada e um beijinho
Mafalda
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