Terça-feira, 8 de Dezembro de 2009

Ainda a aldeia da minha mãe

 

A aldeia da minha mãe, na Serra da Lousã, chama-se Malhadas da Serra é Freguesia de Pessegueiro, concelho de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra.

 

Malhadas da Serra - Malhadas da Serra é uma pequena povoação localizada na Beira Interior, no Distrito de Coimbra, Concelho de Pampilhosa da Serra e Freguesia de Pessegueiro. A sua situação geográfica é a seguinte: Latitude 40,09° Norte e Longitude 8,04° Oeste.
        Hoje tudo na aldeia é diferente da sua origem, só mesmo a localização se mantém. Em meados do século XVIII, já atribuiam a Malhadas da Serra uma certa importância, pois dos 72 fogos existentes na freguesia de Pessegueiro, 11 pertenciam a Malhadas da Serra.

Texto retirado da Net_Pampilhosense

De facto lembro-me de ouvir a minha mãe falar das Cortes, a que o meu avô, que já não conheci, pertencia e nada a que à aldeia dissesse respeito, se decidia sem que fosse ouvido. Sinal que existia uma organização ancestral que se perpétuava.

Hoje a aldeia da minha mãe já não é asim!

O interior das casas foi modificado. Já têm água canalizada, electricidade, telefone. Há frigorificos, televisões, ferros de engomar e mesmo máquinas de lavar roupa. Cozinha-se a gás e as panelas de ferro preto são agora, nos casos de bom senso, bonitas floreiras ou vasos de plantas aromáticas como a salsa, os coentros, a hortelã...

As lareiras ainda se acendem juntando-se as pessoas em seu redor, mas já não se erguem do chão.

O seu acesso continua a ser efectuado pelo mesmo caminho, agora devidamente alcatroado.

São os sinais do progresso que também lá chegaram e deram aos seus habitantes os benefícios do conforto e os tiraram do isolamento.

Nada tenho contra isso! São os princípios básicos a que todo o ser humamo tem direito.

Arrepiei-me literalmente ao ouvir, no passado mês, a notícia de que em pleno século XXI e neste tão pequeno país, existia ainda uma aldeia onde a electricidade não tinha nunca chegado – Casas da Serra, Boticas (esperança de que seja apenas esta).

No entanto, as casas também se modificaram por fora. Já não são construídas de xisto (lousa ou ardósia). Reconstruíram-nas de tijolo, pintaram-nas de branco, iguais a quaisquer outras.

Como tantas pelo nosso Portugal  do interior, ela é agora mais desertificada e a população envelhecida. Várias são as causas desta situação. Aponta-se que uma delas terá sido a saída dos rapazes em idade do cumprimento do serviço militar e que não voltaram.

O rio continua lá, a paisagem também. O silêncio, o cheiro das flores campestres, o mesmo céu imenso iluminado de estrelas.

Mas a aldeia que eu conheci perdeu um pouco da sua identidade.

Felizmente, nos últimos tempos houve a consciencialização de que era necessário preservar o que é característico de cada região, sem que isso colida com o bem estar das populações.

Existe já uma protecção às aldeias de xisto e a preocupação de as dar a conhecer.

Em 2006 estive uns dias na cidade da Lousã e soube pelos seus habitantes que bem perto existiam já duas aldeias, uma que por se encontrar abandonada, foi toda reconstruida e outra embora construida de raíz, constituiam pontos turísticos para dar a conhecer as vivências, os sabores, os olhares das aldeias primitivas.

Assim me foi dito, assim eu transmito.

Infelizmente mesmo com as explicações dadas, não as consegui encontrar.

Hoje as aldeias da freguesia e do concelho e de outros também podemos encontrá-las facilmente divulgadas na net, fazendo parte de rotas aconselháveis a quem as queira conhecer e integradas também em áreas protegidas.

E posso afirmar sinceramente que ainda vale a pena.

 

Mafalda, 8 de Dezembro de 2009

 


publicado por mafalda-momentos às 19:42
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13 comentários:
De libel a 9 de Dezembro de 2009 às 16:43
Mafalda que bom é ler-te, senti saudades tuas, andas na azáfama do Natal, a pôr a casa bonita, a árvore de Natal deve estar linda, preparas as prendinhas a teu jeito, colocas as estrelinhas na porta para iluminar quem está dentro e quem te visita, pulverizas o ar com o cheirinho a pinheiro, os doces...esses ainda é cedo, deixa as rabanadas e os sonhos para o próprio dia, ficam mais fresquinhos e fofinhos..ahahhhahaa...Adoro o Natal, adoro a minha família, adoro estar com eles sabias???..
Eu sei que sentes o mesmo, somos parecidas lembras-te??...
Olha as aldeias podem ser modernizadas, alteradas estéticamente, mas aquele calorzinho e aquele aconchego está lá sempre, e vai sempre aquecer os nossos corações.

Não fujas de mim, quero-te desejar um feliz Natal lá mais para a frente, com tudo a que tens direito e tudo mais que puder inventar....tu sabes, para mim imaginação não me falta...ahhaahhaha...e os teus sorrisos são meus também..ok???..

Beijokas linda...

P.s. Amanhã vou enviar-te o livrinho...fica atenta!!


De mafalda-momentos a 12 de Dezembro de 2009 às 14:35
Olá amiga linda
Também sinto saudades tuas... mas sabes que não sei que me acontece agora ao tempo... parece que foge e não me dá as oportunidades todas que queria ter.
Sabes, tudo o que descreves sobre o Natal e eu, penso que deve ser exactamente como tu o sentes e vives, dando-lhe todo o teu entusiasmo, vivacidade e alegria.
É isso mesmo adoramos as nossas familias e os amigos que por vezes são quase familiares também.
Rabanadas e sonhos?... até me cresce água na boca...
Quanto às aldeias... é mesmo assim... apesar de diferentes há um calor diferente nas suas gentes, no seu ambiente acolhedor.
Fugir de ti??... Impensável mesmo... fazes parte de um habitat natural no meu sentimento de amizade... por isso... venha de lá toda a tua imaginação que eu receberei de braços abertos.
Só não sei se o espaço será suficiente... Tou a brincar contigo Libel.
Aqui no meu coração há sempre lugar... ele sempre vai crescendo e guardando o teu sorriso..
Cá vou esperando pelo "livrinho"...
Beijokinhas amiga e saboreia bem este tempo de Natal com teus filhotes e todos os outros também.


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