Onde vais flor do meu jardim?
Porque foges assim de mim?
Serei eu que não cuido bem de ti?
Ou serás tu que te refugias só em ti?
Não deixes que uma luz que se apaga te roube a silhueta
Nem que qualquer vento súbito e imprevisto te derrube
Nem que os pingos da chuva te fustiguem, te entristeçam
Tão pouco recuses, negues ou amaldiçoeis a vida.
A terra à tua volta te renovará a energia!
Basta que a procures e a sintas e a saúdes.
Acolhe em teu corpo a vida que te quer inteira
Deixa que em ti poise e te abrace o luxo do amor.
Não vás!
Fica comigo flor do meu jardim,
Aqui, no meu jardim encantado.
Mafalda, 26 de Março de 2011
Ondulava suavemente,
embalada pela brisa leve de uma manhã serena
e ainda sonolenta por um pouco de nevoeiro
que lentamente ia sendo derrubado pelo sol altaneiro.
Era simples e frágil a papoila solitária.
Era linda e altiva a papoila no canteiro.
De caule hirto e copa arredondada era vistosa a papoila solitária.
De caule verde e copa vermelha era orgulhosa a papoila no canteiro.
Que lhe fazia lembrar aquela flor verdadeira?
Ondulando suavemente, as cores da sua bandeira.
Que formosura mostrava a papoila solitária!
Que dignidade ostentava a papoila no canteiro!
Mafalda, 24 de Março de 2011
(foto minha)
Tem que haver gostos para tudo.
Eu gosto de poesia.
Ela é bela.
E gosto de fotografia e gosto da natureza.
Para ilustrar um lindo poema esta imagem de grande beleza.
Sabe a vida cheia de cor, sabe ao doce do amor.
http://olhares.aeiou.pt/o_outono_foto4061647.html
Autor da foto: Jorge de Freitas Soares
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”…
De Fernando Pessoa (Autopsicografia)
Já que poeta não sou, deixo este de verdade.
Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vem,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu....
CECÍLIA MEIRELES
Eu peço muita desculpa mas a esta não resisto de deixar escapar.
Estou farta de encontrar coisas semelhantes, mas hoje não passo sem salientar.
Acabei de entrar num blog em destaque
A VIDA DE MALA AVIADA
Achei o nome giro, achei que neste título poderiam caber vários contextos e nessa perspectiva achei que poderia ser interessante.
E lá vou eu apressadinha e armada em bisbilhoteira ver o que por lá encontrava.
Naquilo que espreitei até achei engraçado.
Em termos de decoração chamar-lhe-ia de minimalista – clear and clean.
Elaborados com muitas fotografias, os postes cada um no seu tom, Orange, Blue, Red, onde nalgumas encaixam frases, fazendo sentido e até reveladoras de uma pessoa que apesar da sua muita juventude, sabe pensar.
Até aqui tudo muito bem!
A nossa juventude merece ser incentivada, apoiada para melhor se sentir motivada.
E ficam desde já os meus parabéns pelo destaque.
Mas, nem de propósito!
Logo no último post publicado a 14/03/2011 (ou primeiro, como queiram) de nome
"Pour toi, chérie"
Na primeira frase escrita, bem em destaque dos olhos, a palavra “superar-mos”.
É frequente encontrar erros deste tipo como por exemplo “disses-te”, “fizes-te”,
“trouxes-te”…
Mas, então ó Sr. Sapo retirou o corrector ortográfico?
Mas, então ó Srs. Professores como é que se chega à universidade a escrever assim?
Será que eu própria dou muitos erros e não vejo?
Como evitar estes desagradáveis pormenores da escrita da nossa juventude?
Mafalda, 17 de Março de 2011
Definição gramatical da palavra tagarela.
Adjectivo qualificativo feminino/masculino do singular.
O que o distingue no feminino ou masculino?
O artigo definido feminino singular – “a”, ou o artigo definido masculino singular – “o”.
Assim temos: “a tagarela”, ou “o tagarela”.
Entendida a lição?
Bonitos meninos! Na escala de 1 a 20, todos têm nota máxima.
Agora é só baralhar e dar as cartas e o jogo está lançado.
No anonimato defendido pelo nome apropriado, de uns e de outros apanham-se algumas características.
O hábito da pontuação, o cuidado no uso das palavras para não denunciar o sexo, um erro ou outro ortográfico, a tendência do uso ou não de bonequinhos, o evitar expressões que nos caracterizem pessoalmente, o usar de outras que possam traduzir a tentativa de uma maior proximidade.
Enfim uma escrita descuidada, mas por outro lado atenta, porque um único deslize é a morte do “artista”.
A brincadeira nasce.
É o suficiente para deixar a magicar e a fazer suposições mesmo o mais desinteressado “bloguer” que vê o seu espaço de comentários invadido por um qualquer que não se define, mas se insinua.
Mas quem será?
Ai quem será?
E mesmo andando lá pelas nuvens, fica-se em pulgas porque a curiosidade é mais que muita. Não se fazem esperar as respostas em arremetidas bem sacudidas que fariam desistir à primeira qualquer pessoa, a menos que contra um touro determinado, esteja um carneiro teimoso.
É preciso fazer um desenho?
Mas pronto, não se pode deixar adiantar demasiado a brincadeira, mesmo que ela seja desprovida de qualquer intenção malévola. Por isso há que ter bom senso e pôr um fim.
Pois, pois!
Eu confesso...Tagarela sou eu e não falo tanto, mas minto muito.
Estou perdoada?
Mafalda, 13 de Março de 2011
Fui ontem pela tarde ver o filme.
Que gosto dá ouvir falar inglês assim!
Fez-me lembrar um oldie
– My Fair Lady –
...the rain in Spain stays mainly in the plain…
...again…
...I think she’s got it
No seu tempo, 1964, este clássico também ele arrecadou oito galardões entre os quais, melhor filme, melhor realização (direcção), melhor actor principal (masculino).
Decorreu há pouco a cerimónia da atribuição dos Óscares aos filmes nomeados.
O Discurso do Rei, foi nomeado para doze categorias, das quais, acabou por arrebatar quatro, melhor filme, melhor realizador, melhor actor principal (masculino), melhor argumento original.
Destes dois filmes que acabo de mencionar, não se trata só de uma realização inglesa. Também a sua acção decorre na capital Londrina. O tema concentra-se, suponho poder chamar-lhe assim, na terapia da fala, embora em duas vertentes e argumentos completamente diferentes.
É pois para mim curioso observar a quantidade de coincidências entre estes dois filmes com quase cinquenta anos de separação.
Há quem ache que o filme não tem história. Vale quase exclusivamente pela interpretação de Colin Firth, no papel de Jorge VI de Inglaterra, pai da actual rainha.
Na realidade, absolutamente fabulosa, fantástica, digna de um “rei” do cinema.
Na minha modesta opinião que vejo as coisas apenas com os olhos e o sentir de somente gostar, vale por bastante mais.
A interpretação de Geoffrey Rush na categoria de actor secundário (masculino) é igualmente notável.
Toda aquela série de pormenores adjudicadas à tão conservadora corte de Inglaterra e a todo o seu enorme séquito, que à boa maneira inglesa estão excelentemente retratados.
A história faz parte da própria História.
Verídica, é baseada nos apontamentos colhidos pelo suposto médico enquanto o tratou no seu problema da fala e o acompanhou em toda a sua vida nos seus discursos.
Eu aprendi alguma coisa de que não fazia a mínima ideia. Algo de que nunca tinha ouvido falar.
O rei era gago.
Talvez que este facto tenha feito, durante muito tempo, parte de um segredo íntimo da família real, o qual se deve ter empenhado em esconder.
Em família era ridicularizado e julgado pela sua gaguez, foi contrariado por ser canhoto e obrigado a tornar-se destro, maltratado, sem que os pais se apercebessem pela ama que só gostava do irmão mais velho.
Observada com atenção a história, acabamos por entender como nas monarquias (neste caso), tantos reis foram tão maus governantes.
Porque de pessoas, quase nada têm, pois que assim foram educados, longe do contacto familiar, no que ele tem de melhor. O amor, o carinho, a atenção.
Ainda se queixam de frustração os nossos filhos que nos têm a tempo inteiro!
Muito me apraz ter ouvido dizer que a rainha chorou quando viu o filme.
Ao menos uma vez na vida dignou-se mostrar publicamente algum sentimento que na sua fachada impenetrável jamais deixa transparecer qualquer emoção.
Mafalda, 11 de Março de 2011
https://picasaweb.google.com/MaxaBax/Maroko2011?feat=featured#5574011361483719442
Autor da foto: Tomáš Došek
Ao longo do tempo de existência deste meu espaço, variadas e muitas têm sido as datas assinaladas por mim.
Algumas, julgo, de uma forma tão imperceptível que apenas eu sabia a que se referiam e por isso talvez tenham resultado em textos menos conseguidos e menos apelativos aos olhares de qualquer leitor.
É verdade que um blogue é um espaço muito pessoal, daí que surjam tanta diversidade de conteúdos.
Avaliar se esses conteúdos são bons ou maus, ou estão certos ou errados, depende exactamente do propósito com que cada pessoa cria o seu blogue e ainda da sua própria postura na vida.
Mesmo assim, sem dúvida temos que reconhecer que efectivamente há uns melhores e outros ainda muito melhores que outros.
Voltando atrás e às datas assinaladas que era esse o meu assunto de conversa, não vão por milagre deixar de existir. Elas fazem parte de mim. Estão escritas na minha pele e muito bem guardadas no meu baú de recordações, mas quero hoje aqui declarar que não mais farei referência a qualquer data, seja ela alegre ou triste.
Lembrei-me agora.
Por coincidência, hoje é Terça-feira de Carnaval e simultaneamente Dia Internacional da Mulher.
Mafalda, 8 de Março de 2011
Temos que conviver com tudo. Aceitar as diferenças, tentar compreendê-las, tratá-las de igual para igual, desde que, qualquer que seja a diferença, seja assumida com dignidade para que possa ser respeitada.
Aqui fica o que achei e pese embora o facto de que esta "diferença" está aqui retratada com alguma ironia, tenho que reconhecer que tem graça sem ser acintosa.
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