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Autor: flordeliz
Num dia como o de hoje cinzento, sem luz, sem cor e sem sabor, faz todo o sentido assomar a uma janela que não existe numa casa sem telhado e dar-lhe uma qualquer vida imaginada que nasce, enquanto distraída, se devora uma tablete inteira de um delicioso chocolate com avelã.
Mafalda, 13 de Janeiro de 2011
Sete de Janeiro do ano de dois mil e sete.
Esta foi a data em que iniciei o meu blog.
Tenho por hábito quando abro o Sapo na área Blog dar uma olhada aos blogs em destaque.
O Momento e Olhares, foi por estes dias de novo destacado e na minha óptica bem merecido sem dúvida. É um blog por onde merece a pena passar um pouco do nosso tempo.
Costumo fazer uma rápida visita aos destacados. Alguns, inquestionável o seu interesse. Outros, sinceramente, não consigo entender o critério, mas quem sou eu para julgar quem os escolhe?
E foi assim e no acompanhar dos blogs de que sou seguidora e gosto de visitar que tenho vindo a reparar que muitos têm o seu começo, no iniciar dos anos.
Nunca me tinha dado ao trabalho de ver quando o DE MIM E PARA MIM, O QUE SINTO tinha surgido, mas na sequência do que atrás disse, aguçou-me a curiosidade.
O princípio do ano é aquela altura em que muitos de nós chamam a si a razão e fazem balanços de vida, idealizam sonhos, arquitectam projectos.
Múltiplas são também as razões porque cada um cria um blog e por isso mesmo, variados os seus conteúdos.
No cômputo geral todos têm um propósito e se essa finalidade for cumprida, todos estão de parabéns.
Se ao longo do tempo tenho assinalado tantas outras datas, não seria justo, deixar passar esta em claro e não a realçar, ao menos uma vez na sua existência.
No dia em que o meu blog cumpre o seu quarto aniversário (não será já tempo demais?), andei relendo muito do que deixei para trás e dou-me por feliz porque penso que consegui o meu objectivo e a pouco e pouco até talvez tenha conseguido “modernizá-lo” o que significa que apesar de sempre aqui depositar o que sinto, o que sinto, tem sido sempre sincero, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
Eu sei que estas palavras pertencem a outro acontecimento, mas é o que no momento sinto.
E o que começou por ser um espaço isolado, tornou-se numa sala cheia de luz e cor, onde não falta o calor dos amigos que conquistei, demasiado valiosos que o engrandeceram.
Eu te agradeço Blog meu, tudo o que me tens dado a viver.
Mafalda, 7 de Janeiro de 2011
E pronto lá se acabaram as festas!
Tenho pena, juro que tenho!
Mas depois de tanto bulício, sabe bem uns dias calmos, cheios de preguiça, com o sofá nos convidando com um piscar de olhos provocador.
A casa continua enfeitada e parece sorrir-nos.
E por fim, já que não houve percalços a lamentar, rendemo-nos de boa vontade.
Lembrando melhor e já que a memória não me falha, cá por casa aconteceu alguma turbulência!
Enfim nada de grave, se considerarmos que “um coma alcoólico” é coisa banal e passageira.
Passageira ainda estou para saber, quando souber o veredicto logo terei certezas, sim porque isto de prognósticos, já como dizia o outro, só no fim do jogo.
Isto é a prova “provadinha” de que há certos convidados que não devem estar à nossa mesa.
Pelos vistos com uma vontade louca de antecipar a noite de final do ano, o meu Toshiba decidiu que fazer companhia ao jantar do meu filho mais velho, era o melhor que lhe podia acontecer e nessa perspectiva, lá se poisou na mesa desligado para que o sossego não faltasse.
Mas como estes tempos são de magia e as mãos do meu filho autênticas malabaristas e formadas em artes de ilusionismo, não sei lá porque palavras de “abracadabra”, ou artes de “berliques e berloques”, o copo de vinho, um alentejano de 2007 de nome Herdade do Pombal, resolveu brindar com o portátil, arremessando-se contra ele, num gesto de incontrolável solidariedade.
Facto que o Toshiba muito apreciou bebendo daquele precioso néctar.
Haja santa paciência! A minha claro!
Foi toalha, foi mesa, foi carpete, foi banquinho de poisar os pés, meu companheiro de descanso, foi portátil, tudo brindou minha gente.
A minha voz ecoou, vociferando nem eu sei o quê e apressada tentava limpar e a tudo acudir, enquanto na paz do senhor meu filho dizia:
- Calma que isto não é nenhuma desgraça!
Não sei se foi imaginação, mas bem que me pareceu ouvir um som saído do portátil parecido com flop! flop!
Mas o que não foi imaginação de certeza foi quando depois de tudo limpo e uma hora passada, eu fui ligar o portátil. Lá ligar-se ele ligou, mas logo de seguida num suspiro desligou-se até hoje.
Tinha entrado em coma alcoólico.
Coisa que nunca tinha visto, mas como há sempre uma primeira vez para tudo!
E hoje, porque antes não valia a pena, lá o transportei ao “hospital”.
Fico à espera de novidades perguntando-me se irá sobreviver, ou se terei que dar autorização para desligarem a máquina e deixá-lo partir.
Conclusão, depois de uma longa vida nascida aqui em casa, o Toshiba a dada altura aventurou-se e partiu em busca do seu caminho.
Há pouco tempo, qual filho pródigo, voltou à casa que pelas minhas mãos o acolheu com carinho.
Quis o acaso ou o destino que lhe acontecesse tal sorte!
Não, não foi no inspira-me que me inspirei.
É um facto da vida real.
Mafalda, 3 de Janeiro de 2011
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