Enquanto as palavras não surgem...
Deixo a música que oiço
30 Seconds To Mars - Alibi HD
Enjoy it... so quite!
http://fotos.sapo.pt/qQSfELyjDnHnQhEcbZsr?a=4
Autor da foto - ratu
Assisti na passada semana a uma reportagem televisiva, transmitida por um dos nossos canais, que visava alguns aspectos da vida hoje e como sob formas diversas, algumas pessoas, começam a preferir outros meios de vida, trocando o cansaço das grandes cidades pelo sossego de lugarejos espalhados pelo interior do país, em alguns casos embora quase desertificados, constituindo verdadeiras pérolas do nosso património genuíno e ancestral.
Foi o caso da aldeia de Atenor – Miranda do Douro que viu com algum espanto, talvez até certa desconfiança, um grupo de jovens que alegremente e decididos entraram pela aldeia e se estabeleceram na determinação de estudarem, cuidarem e preservarem uma espécie quase em vias de extinção – O Burro de Miranda.
Hoje, ali estabelecidos há cerca de 10 anos, contam já com bons resultados e com a boa aceitação das gentes da aldeia.
Diz o povo que quando a esmola é grande, o pobre desconfia (neste período do país tão conturbado, bem entendemos o significado destas palavras), mas quando as intenções são boas, mais tarde ou mais cedo, elas são aceites e até procuradas.
Deixo-vos o vídeo que recolhi da net para que possam saber pormenores do que aqui falo na generalidade.
Recordo, eu que sou saloia pois nasci como se dizia, fora de portas, mais concretamente em Algés, de nesse tempo haver muitos burros… e refiro-me como é evidente à espécie animal irracional.
Eles foram sempre um precioso auxiliar nas tarefas “domésticas”, quer na agricultura, quer no transporte de mercadorias – daí com certeza a expressão do burro de carga.
Elas eram transportadas nos alforges que lhes eram colocados, ou em carroças que os animais puxavam e faziam mover.
Era por exemplo, um animal que qualquer família de raça Cigana possuía e utilizava para as suas deslocações, uma vez que pela sua cultura nómada, frequentemente se deslocavam, ou mesmo, porque sendo uma raça de características laborais, comerciantes, andavam de feira em feira, como aliás ainda hoje é muito o seu modo de vida.
Poder-se-á dizer que o burro era, além de um animal de trabalho, também um animal que se tornava quase parte das famílias, como o é hoje um cão.
Felizmente, há pessoas assim, como aquele grupo de jovens que em boa hora, trocaram os prazeres da cidade, pela simplicidade de uma aldeia para com gosto se entregarem a uma boa causa.
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Arre burrinho
Vai o burrito andando
Caminho de terra batida
Leva os alforges cheios
Pão, azeitonas e vinho.
Vai carregado o burrito.
Segue-o a criança descalça
Olhos redondos vivos
Rosto de pele rosada
Cabelos cor de seara.
Segura na mão a varinha
Rasga com ela o ar
Com sua graça e destreza
E ouve-o assobiar.
Arre burrinho amigo
Que temos de ir e voltar
Antes que o sol aqueça
Sem fonte pra refrescar.
Seguem os dois lado a lado
Seus passos cadenciados
Olhos postos na frente
Esperança de o fim alcançar.
Lá longe o trilho acaba
Na casa senhorial
O jardim ornamentado
Baloiços, risos se ouvindo.
Entram pelo portão dos fundos
O burrito e a criança
Do jardim bem separados
Pela cerca de madeira.
Usando de todas as forças
Pega a criança os alforges
E entrando na cozinha
Entrega a mercadoria.
Agarra o copo de leite
Que a mão comprida segura
Bebe-o de uma golada
Limpa a boca na camisa.
Recolhe as escassas moedas
Que a mesma mão lhe estende
E ouve a voz que lhe diz
Tem cuidado não as percas.
Volta de novo à rua
Leva o burrito ao poço
Da mesma água que bebem
Molha a cara e o pescoço.
Monta o burrito a criança
Os pés já lhe estão doridos
Que como que ensinado
Faz-se depressa ao caminho.
Vai mais leve o burrito
Que a criança pouco pesa
Vão vazios os alforges
E os bolsos quase também.
Numa vózinha sumida
De anjo de coro de igreja
Diz a criança sorrindo
Arre burrinho amigo
O sol ardente já queima.
Mafalda, 2 de Janeiro de 2010
A 21 de Outubro de 2010 ganhei este selinho.
Ele veio daqui.
Bem fui avisada, mas como por cá tenho muitas nabiças semeadas no meu quintal, procurei, procurei e nada!
Como não gosto de desperdiçar nada do que me é oferecido, vindo seja de quem for, qualquer que seja o seu estatuto social, raça ou credo, tão pouco cor política, muito menos clube de futebol, vi-me obrigda a declarar a quem mo ofereceu que não o encontrava.
Prontamente me indicou o blog,
Como havia de encontrá-lo se andava à procura noutro lugar... aquele a que estou habituada a visitar.
Imagine-se que mesmo assim, só hoje o encontrei... é que ainda havia um terceiro blog e acabei fazendo confusão.
Finalmente está tudo acertado!
Tudo não estará... segundo as regras eu deveria deixar aqui o selo inserido num post e dedicá-lo a 10 blogs que para mim fossem merecedores.
Acontece que já lá vai quase um mês que o ganhei, parecendo-me a mim que está fora do tempo e além disso...
além disso, acho que não chego a ter um número tão elevado de leitores.
Mais uma vez e porque todas as minhas visitas são especiais, eu o fereço a todos que por aqui passarem, olharem para ele e entenderem por bem, levarem-no consigo.
Assim, eu saberei que está bem entregue.
O meu muito obrigada LUADOCEU
A sétima volta do desafio em cadeia, teve já o seu final.
O vencedor foi encontrato, neste caso corrijo, é uma vencedora e está anunciada aqui.
Quero apenas felicitar todos os participantes, que nos trouxeram lindos sorrisos...
Dar os meus parabéns à vencedora Rosinda que assim se junta nesta cadeia que nos prende em abraços...
Juntar o meu sorriso ao teu Manu e dizer-te obrigada por me fazeres desejar senti-los a todos.
Para todos fica o meu sorriso.
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Sorrisos lembrados
Lembro bem quando me dizias:
- Que sorriso tão lindo! Adoro esse teu sorriso.
E eu continuava sorrindo, olhando teu rosto, também ele sorrindo de olhar transparente fixo em mim.
O que nunca deves ter percebido é que esse meu sorriso só era lindo porque nascia da paixão, do amor intocável e imenso que por ti sentia. Admirável na sua essência!
Hoje lembro tantos outros sorrisos trocados e sorrio maravilhada por sentir e guardar ainda todo esse amor.
Houve tantos sorrisos diferentes!
Sorrisos embevecidos de quem se sente apaixonado, sorrisos sonhadores, quentes de quem vive o momento sem pensar no amanhã, sorrisos alegres na vivência de loucas aventuras. Sorrisos divertidos, quando com palavras, gestos ou situações brincávamos. Sorrisos de provocação que alimentavam de sal e pimenta a relação e nos traziam sorrisos cúmplices.
Sorrisos de ternura quando com a ponta dos meus dedos passeava pelos contornos da tua boca bem delineada.
Sorrisos de amizade e de mútua admiração quando nas nossas horas, cabiam trocas de opiniões, conselhos até em conversas tornadas sérias.
Sorrisos de incerteza nas ausências e sorrisos tristes nas despedidas.
Sorrisos que se tornavam numa melodia a dois tocada.
Sorrisos partilhados no tempo de um longo e intenso sonho, grande demais para ser esquecido num sorriso de indiferença.
Na minha boca se desenha agora um tímido sorriso envolto em melancolia que me nasce na alma carregada de saudade, de uma saudade que já se tornou doce de uma lembrança que doeu, mas que nunca se apagou e sempre perdurará.
E no silêncio da tua ausência, qual surdez premeditada, surge a derradeira pergunta, aquela que faço todos os dias…
Será que ainda te lembras de mim?
O meu sorriso alarga-se na nostalgia que vem ao meu encontro ao contemplar a linda Lua mentirosa que em forma de um D bem desenhado, vai crescendo dia a dia e me sorri suavemente, incutindo-me confiança como se fora a ternura de meus pais passando suas mãos pelos meus cabelos.
Apazigua-se o meu sorriso e torna-se carinhoso pois me lembro de meus filhos e em cada estrela que brilha tremeluzente, há um secreto sorriso meu num desejo apertado de que haja sempre sorrisos que lhes tornem feliz a vida.
Ai, os sorrisos! Os nossos belos sorrisos, como podem ser versáteis, como devem ser vividos, sempre presentes no nosso caminho.
Mafalda, 18 de Outubro de 2010
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