Hoje é um dia singular…
Muda a hora!
Soa estranha esta afirmação, numa frase dita assim, fora de qualquer contexto.
Como pode a hora mudar? Não são sempre iguais a sessenta minutos?
Imagine-se um mundo onde cada um pudesse mudar a hora a seu belo prazer. Umas seriam mais longas, outras mais curtas…
E conseguir-se-ia dividi-las de modo a não alterar o dia, para que continuasse com as vinte e quatro horas certinhas?
E se os dias fossem maiores ou menores, como ficariam as semanas… os anos…
Recuperemos o bom senso bendita imaginação, porque antevejo que seria um caos completo!
Muda a hora na madrugada de Domingo – anunciou-se!
E atrasámos o relógio uma hora.
Significa que o Outono já entrou há pouco mais de uma semana e a pouco e pouco, à medida que vai avançando para o Inverno, iremos ter durante o dia, menos luz do sol e a noite virá mais cedo e a escuridão será mais prolongada.
Outono que se preza, faz-se sentir no tempo.
A chuva, a trovoada e o vento, não se fizeram esperar, lembrando-nos que vamos precisar de agasalhos.
As árvores da minha rua, de copas verdes e frondosas no verão, dançam agora com vigor ao som do vento.
Nalgumas já as folhas amarelecem.
Em breve se desprenderão secas e no chão tomam a cor da terra, depois…
depois as árvores ficarão despidas.
No ar há outro cheiro.
Os hábitos alteram-se.
Há um convite para a leitura, para ouvir música, assistir a um filme, a um convívio mais caseiro.
São ciclos cíclicos do tempo e da vida.
Por cá, hoje dormiu-se mais uma hora.
Mafalda, 31 de Outubro de 2010
"Sem Custo para os UTilizadores".
SCUTsGENIAL
Eu não resisto... está demais e imperdível!
Parabéns a quem tem o espírito bem humurado para tornar as nossas "desgraças" em risos.
Divirtam-se ao ver este video de que deixo o link e que encontrei publicado aqui na flordocardo
http://www.youtube.com/watch?v=HnKZILjl7hU&feature=related
E já agora, aproveito e deixo outro
Ah, por favor não me chamem nomes feios!
É com um sorriso espontâneo que aqui deixo ficar o aviso de que o
Desafio em Cadeia
está de novo a rodar.
Ele está aqui anunciado pelo lindo sorriso da Manu
E com um sorriso de admiração vejo que já vai na sétima volta!
Um projecto que tem ao longo do tempo, adquirido mais elos e criado mais laços entre os participantes que sorridentes se envolvem num bonito e acolhedor abraço, num dar as mãos para que o desafio não caia.
Há sempre uma palavra envolvida, uma palavra que nos desafia, que nos motiva.
É segredo?
Não!
Mas eu sou um diabinho de pessoa e não divulgo.
Isso! Sorria, vá até lá e descubra como um simples sorriso atrai outro tão belo sorriso.
Não se fique por olhar e sorrir... participe e acredite que no final colherá outro sorriso de volta.
________________________________________________________
Tempo…
Sê Feliz! Disse-me o Tempo.
Olhei-o demoradamente e por fim sorri.
- Parece teres ficado admirada com este meu desejo.
-Reparaste que tempo do verbo empregaste?
- Sim. Utilizei o Presente no Modo Imperativo, mas apenas quis exprimir um conselho, nunca uma ordem.
- Não te preocupes. Não fiquei zangada, nem apreensiva. Apenas pensativa! Achei curioso, aquilo que conclui.
- E posso saber o quê?
- Repara. Falaste no tempo presente. No entanto, agora, neste momento, já é tempo passado.
- Como assim? Eu estou aqui e agora!
- Sim, mas as tuas palavras já se ouviram lá atrás.
Deixa que partilhe contigo o que reflecti naquele espaço de tempo.
Como classificamos o Tempo? Passado, Presente e Futuro, mas em realidade apenas existe passado.
- Estás a dizer-me que eu não sei aquilo que sou? Que aquilo que sempre fui é uma mentira? Que aquilo que sempre serei, de repente, por milagre, ou só porque tu queres, deixará de o ser?
Desculpa, mas é demasiada petulância tua, quereres alterar uma certeza, um conceito adquirido, uma lei da natureza, um dado científico.
- Não te exaltes, mas sobretudo não te feches a uma nova perspectiva. Só te peço que me oiças com alguma paciência e claro muita benevolência.
Quem sou eu para alterar uma lei universal? Todavia, podemos sempre especular, usar alguma imaginação e divertirmo-nos com isso. Olha, encara esta minha ideia como um filme de ficção científica. Vês, estou a admitir o Tempo no Futuro.
Escuta, todos nós temos um passado, certo? Ele pode ser maior ou menor, conforme o tempo que já vivemos.
E como dividimos o Tempo? Aqui ajudam-te os teus preciosos aliados, como os calendários, os relógios que vão contado anos, meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos… Isto, numa abordagem mais restrita e simples, pois como sabemos, poderíamos continuar infinitamente.
Juntando todos estes espaços de tempo, vamos somando sempre mais tempo ao nosso tempo.
Perguntei-me em que se tornavam. Onde estavam o presente e o futuro? O futuro não o encontrei e o presente escapou-me tão depressa! Qual de todos era então o mais duradouro? Respondi-me o passado.
Porquê? Porque o presente, assim como o passado, houve tempo em que foi futuro, mas logo que se torna presente, é muito breve. Dura apenas um instante e logo vira passado. Se o futuro é tempo que ainda não tivemos e o presente é veloz, rápido demais, se transformando em passado, o tempo que mais temos é sem dúvida tempo passado.
Será que raciocinei bem?
Estou aqui e agora, como tu dizes, contudo, para me expressar, empreguei o verbo num tempo passado.
Não consigo quantificar-te ou qualificar-te se o meu tempo é ou foi feliz. Muito menos se o será. Sempre encontramos de tudo no seu decorrer, mas pesar na balança uns e outros espaços e verificar para que lado o ponteiro descai, é um tanto difícil. O ideal seria que ele pendesse para o lado feliz. Já não seria mau se existisse um equilíbrio. Da terceira hipótese, nem dela quero falar.
Agora peço-te que olhes com atenção o meu rosto. Vês estas marcas vincadas? Chamam-se rugas. São vestígios de ti. São as “estradinhas da vida” que em mim se reflectem do tempo que já vivi. São um bom sinal. Contam que o meu tempo tem sido longo.
Nesta circunstância, tu não és igual. Às vezes és demasiado curto, outras procuras ser… que tal chamar-lhe normal e outras ainda prolongas-te…
Nunca nos deixas saber quando nos vais abandonar, mas isso é bom. Revelas uma enorme sensatez.
Como somos tolos querendo condicionar-te desejando que corras, ou quase implorando que pares.
Não imaginas como este tempo que acabei de passar dialogando contigo me deixou tranquila. Ao contrário de ti, pois de tão silencioso, me deixas a adivinhar. Dirás que não tenho parado de apenas divagar.
Mas dás-me um sopro de brisa fresca que brinca no meu cabelo, mostras-me um céu azul que me encanta e um sol radioso que me aquece e conforta.
É tempo de Primavera. Só agora reparo nisso! Será que tu, Tempo também estás feliz?
Já percebi! Queres dizer-me como foste paciente e benevolente.
Logo, logo chegará o Verão e será tempo de calor intenso, depois o tempo de Outono, uma passagem intermédia para um tempo de mau tempo – o Inverno, no rigor do tempo das tempestades.
E os dias e as noites sempre de duração diferente em qualquer tempo do ano.
Sempre belo, sempre instável, muito versátil.
Tempo, te peço. Dá-me tempo dos teus tempos, para que eu possa ter tempo, de os meus tempos apreciar.
Mafalda Gomes, 30 de Abril de 2010
Dedico este meu texto a todos quantos, desde o seu início, começando pela autora, passando pelos participantes de todas as voltas, pelos seus vencedores e consequentes organizadores e ainda a todos que futuramente se juntarão a este projecto, por dedicarem um pouco do seu tempo, ao Desafio em Cadeia, entrelaçando novos elos, desenhando novos laços, numa partilha de sentimentos e solidariedade e até construindo lindas amizades.
Cabem muitos tempos dentro do nosso tempo, até o tempo gramatical.
Tempo de ser criança, jovem, adulto e velhote.
Tempo de ser mimado e tempo de acarinhar, proteger.
Tempo de rir e brincar e tempo de chorar, sentir tristeza.
Tempo de amar e tempo de ser amado.
Tempo de aconchegar com um sorriso, de consolar com um abraço.
Tempo irrequieto de sentir o sol e tempo tranquilo ao ver a chuva lá fora.
Tempo em que o tempo corre, ou passa devagarinho.
Tempo de conviver, ter companhia e tempo de estar sozinho.
Às vezes corremos atrás do tempo, outras sobra-nos tempo.
Mas o tempo é sempre igual a si próprio. Repetitivo. Dentro do tempo que nos é concedido, também igual para todos. Somos nós ou o acaso que parece torná-lo diferente.
É pois tempo de pensar no tempo que desperdiçamos, por vezes em questões sem sentido e aproveitá-lo no seu máximo porque ele sempre nos parece curto e sempre queremos mais.
Não são precisos grandes feitos… basta, por exemplo, observar com admiração uma simples joaninha.
Escrevo as palavras que não ouso falar na areia molhada da praia… escrevo-as com a ponta dos dedos, mas a espuma branca das ondas, desfazem-nas.
Escrevo-as de novo com o olhar no azul índigo no meio do mar, mas o seu movimento ondulante, mistura-as, afoga-lhes letras… não são nada… já não fazem sentido.
Volto a escrevê-las com o pensamento no azul claro e sereno do céu, mas uma pequena e solta nuvem branca passa e apaga-as… não deixa rasto.
Eu insisto e reescrevo-as no vento que livre sopra e rápido as leva, deixando que as letras vão caindo aqui e ali dispersas… as palavras quebram-se na copa de uma árvore ou num muro qualquer.
Não desisto e recorro aos pingos da chuva. Mais uma vez tento escrever as palavras. Ah, mas se até aqui não consigo que fiquem juntas, que façam sentido, a chuva, essa, nem me deixa construí-las.
Estou de mal com o mundo!
Recorro a uma folha de papel, nua, virgem e tento com um lápis, torná-la sedutora, dar-lhe vida. Mas não sei o que escrever, não me lembro de palavras com cor, falta-me a inspiração.
Tento fazer um desenho, talvez consiga expressar-me…, mas nem um risco direito me sai.
É o lápis que não presta, ou o papel que não serve.
Sim porque eu sei bem o que estou a sentir, a pensar…, até sei que dia é hoje…,
Hoje é dia 7 de Outubro de 1987
O QUÊ?! 1987?!
Imagine-se! Como se fosse possível viajar no tempo…, recuar vinte e três anos de existência…,
Mas foi lá que encontrei as palavras sem cor, sem qualquer significado…
Hoje é dia 7 de Outubro de 2010
Esta é uma das coreografias dos prisioneiros do Centro de Detenção e Reabilitação da Província de Cebu.
Eis como com inteligência se pode promover a auto estima e a confiança num individuo aprisionado em vez de os manter na ociosidade de celas, onde nada de melhor aprendem do que aquilo que os colocou lá dentro.
Se, ou quando um dia saírem, serão com certeza seres melhores e mais capazes de levar a sua vida por diante.
Deveriam ser exemplos a seguir, que devolveriam a estes homens/mulheres uma nova oportunidade.
“Uma ideia de Byron Garcia, um consultor de segurança do
governo da província de Cebu. Ele afirma que a nova rotina de exercícios
melhorou "drasticamente" o comportamento dos presos e dois ex-detidos
transformaram-se em dançarinos desde então.
"Usando a música, pode envolver o corpo e a mente. Os prisioneiros têm que
contar, memorizar passos e seguir a música", disse Garcia à BBC.
"Os prisioneiros dizem-me: "precisa colocar a sua mente longe da vingança,
da loucura ou de planos para escapar da prisão ou juntar-se a uma gangue'",
acrescentou Garcia.”
" A amizade é, acima de tudo, certeza - é isso que a distingue do amor."
Marguerite Yourcenar
Não sei porque desígnios as coisas acontecem.
Será destino e temos que cumprir com o que nos está destinado?
Será mesmo que nada acontece por acaso e temos que viver os acontecimentos para nos darmos conta do bem precioso que possuímos – A Vida?
Mas sei que muitos de nós passam por ela sem lhe dar valor e outros apesar das adversidades, agarram-na com toda a sua força, querendo que ela não lhe fuja, querendo tê-la de volta.
Talvez nós que estamos do lado de cá não tenhamos um décimo da noção dos sentimentos que nascem e se atropelam na alma de quem atravessa esse mundo de ver a vida ameaçada.
Depois do choque da notícia, vem aquela fase de parecer não ser real. Tem-se consciência da verdade, mas ao mesmo tempo queremos inconscientemente rejeitá-la. Porém, isso não é possível e a realidade acaba por dolorosamente se instalar.
Aí começa a dor impiedosa. Perde-se o controlo dos sentimentos.
Nasce a aflição, o desalento, o horror do desconhecido, o desespero.
Vêm as lágrimas que não se conseguem suster, a infinita tristeza, o medo e os receios, a angústia, o silêncio, a solidão, a revolta, a derradeira pergunta – Porquê, eu?
Quantas vezes se pede ajuda ao nosso anjinho da guarda, protecção… mesmo sem que até aí ele tenha sido lembrado.
A luta começa feroz, amarga e lenta.
Segue-se por um caminho incerto a que a cada passo há que saltar as pedras nele soltas. Às vezes tropeça-se, cai-se e o esforço para de novo se levantar, exige de tanta força que nunca se pensou poder existir. Rebusca-se no interior toda a coragem possível. O tempo corre devagar, num jeito de eternidade. Caminha-se na escuridão de negros pensamentos.
Ao lado de tudo isto, junta-se uma luzinha ténue, quase imperceptível - a esperança.
Lutaste. Foi difícil, medonho, arrasador, mas venceste.
De novo cruzas a ponte em direcção do brilho da luz do dia, dando a boa notícia.
És barco que não naufragou.
És flor singela que de novo desabrochou.
Nem todos podem dizer o mesmo.
Nem todos sentem essa sublime felicidade.
Hoje podes dizer que a tua fortaleza não é construída de grãos de areia, pronta a desmoronar-se à mais leve brisa soprada.
Hoje foi para ti que escrevi minha amiga.
Hoje quero desejar-te uma vida doce como tu.
Hoje estou feliz por ti.
Hoje talvez seja certo dizer que pode ser o primeiro dia do resto da tua vida.
Mafalda, 1 de Outubro de 2010
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. A pena do gabbiano deslis...
. O BEIJO
. Casa Arrumada... Desarrum...