DESAFIO EM CADEIA ROUND 4..RESULTADOS I!!
SIMPLICIDADE
Pois é... eu nem queria acreditar... fui até dar uma voltinha e voltei de novo só para ver se não estava a sonhar... e no O meu Cantinho...!!da gentil libel lá estava eu como a feliz contemplada.
Não escondo o meu contentamento e como o dia me correu bem e feliz... era quase e digo quase porque em realidade não sei como será..., como se me tivesse saído o euromilhões..., tanto que me parecia andar nas nuvens, ou me sentia como um elefante a saltar de nenúfar em nenúfar.
E ao deixar aqui os meus agradecimentos juro que tenho um sorriso de orelha a orelha.
Ao receber este lindo prémio, quero agradecer á direcção, á realização, á produção e ao argumento. Á minha família que sempre me deu todo o seu apoio.
Quero ainda dizer que o meu maior sonho e o que mais desejo é a paz no mundo...
Ai desculpem! Por segundos pensei que estava a ver a entrega dos óscares da Academia Americana, ou o concurso de Miss Universo.
Já viram isto...! fui destacada e vem-me logo a mania das grandezas... ahahahah
Não, estou simplesmente a brincar. É para esconder uma pontinha de nervosismo...
E agora é a vez da Libel passar a bola... chuta aí minha ponta de lança amiga que eu prometo defender com unhas e dentes.
Posso voltar amahã para um texto mais sério?
Mafalda, 30 de Novembro de 2009
Convidei para um café em minha casa todos os meus amigos de ontem, de hoje, de sempre e todos os que me são queridos e amo. E todos compareceram á chamada espontânea e alegremente.
Até tu querida Xana, sempre elegante! Há quanto tempo... e como estás bonita com esses teus longos cabelos escuros realçados por debaixo da tua linda capeline. Ai as lembranças do nosso tempo de escola.
Abri de par em par as portas deste enorme casarão que é o meu coração e todos foram entrando, se acomodando, se aconchegando.
Gerou-se um enorme bulício e ouviam-se as exclamações, as interrogações e até as afirmações.
- e tu como estás?...
- ah mas que bom!...
- são lindos mesmo....
- ainda ontem as duas falávamos...
- não me esqueço não...
- olha quem fala... férias mesmo...
- é bom saber de ti...
E eu circulava entre eles e em pratos e copos de amizade, servi-lhes canapés de carinho e nectar de gratidão.
Sentia-os confortáveis mas o meu ouvido atento ouviu alguém cantando baixinho...
“Ás vezes aqui faz frio...”[1]
Como boa anfitriã corri a acender a lareira e logo se ouviu o crepitar da lenha, espalhando o calor das suas chamas.
Levei as pontas dos dedos de ambas as mãos junto dos lábios depositando neles um beijo que a seguir soprei estendendo os braços aos meus convidados ao mesmo tempo que cantava...
“Tonight I celebrate my love for you...”[2]
Vi seus ombros descairem descontraindo da tensão provocada pela sensação de frio.
Vi desenhar-se em seus lábios e em seus olhares também, sorrisos que mais pareciam um sol de Primavera.
Senti comovida meus olhos se humedecerem.
Eles sentiram e intuitivamente deram-se as mãos erguendo e balançando os braços, como se assistissem a um concerto e todos juntos cantaram...
“Vai espelho de água trata e guarda o que é nosso afinal...”[3]
Passado este impacto emotivo, desatámos todos a rir. A alegria voltava e de novo a conversa se animava.
Alguém de repente se levantou, ergueu o braço e com voz esfusiante disse:
- Meus amigos eu proponho que este seja o primeiro de muitos encontros que iremos realizar, que cada um organizará por sua vez e desde já vos digo que eu serei o próximo e que não dispenso nenhum dos que aqui estão, que podem trazer um amigo, ou todos os que quiserem e serão bem vindos.
O aplauso foi geral e mais uma vez surgiu uma canção que todos entoámos.
“... por essa estrada amigo vem... trá-lo contigo também...”[4]
Começaram a fazer-se planos. Podiam até organizar-se passeios, visitas culturais, sessões de jogos variados, assistir a concertos dançar e cantar e até, imagine-se só, ir aos estádios ver jogos de football, o que provocou alguns protestos, mas logo alguém se levantou e exclamou vivamente.
- Não, não! Aqui é assim! Todos por um e um por todos!
“... let’s make it all for one...”[5]
E como usualmente se escreve em actas, nada mais havendo a decidir, estava tudo determinado e era para cumprir. A data marcou-se de imediato para o próximo e para que ninguém pensasse em arranjar desculpas de última hora havia que selar o compromisso.
Juntámo-nos todos lado a lado, envolvemos com os braços os ombros do parceiro ao nosso lado e porque a euforia já era muita, lá saiu bem alto e quem sabe só um pouquinho desafinado, mas em perfeita harmonia, uma outra canção
“... What the world needs now is love sweet love...”[6]
Felizes foram todos saindo um a um, entre risos e abraços se despediram e o último amigo que saiu ia a assobiar baixinho
“Encosta-te a mim nós já vivemos cem mil anos...”[7]
Porque me sentia bem, porque foi um serão lindo, mas soube-me a pouco, deu-me vontade de cantar também e embora já todos tivessem partido, sem ninguém para me acompanhar, mas com um sorriso feliz e coração de menina, a voz saiu-me limpa
“que perfeito coração no meu peito bateria
meu amor na tua mão
nessa mão onde perfeito
cabia o meu coração...”[8]
[1] Ás vezes aqui faz frio - Xutos e Pontapés
[2] Tonight, I celebrate my love for you – Peabo Bryson & Roberta Flack
[3] Espelho de água – Paulo Gonzo
[4] Traz um amigo também – José Afonso
[5] All for one all for love – Bryan Adams
[6] Ricki Lee – What the world needs now
[7] Encosta-te a mim – Jorge Palma
[8] Gaivota (Que perfeito coração)– Sónia Tavares
Ontem o dia foi pintado de cinzento sem brilho
A chuva persistente molhou-me os pés e o olhar.
Água fonte da vida pura e cristalina enchendo o espaço
Tão diferente daquela feita de lágrimas salgadas,
Sentidas, soluçadas que nascem em meus olhos.
Na palma da mão em concha colhi algumas gotas,
Misturei-lhes as minhas lágrimas e atirei-as ao vento
Pedi-lhe que as deixasse algures entre o céu e a terra
E o vento levou-as. Soprando espalhou-as no ar.
Algumas caíram no mar aumentando suas águas
Outras caíram na terra e delas nascerá uma papoila
Um dia, no caminhar do tempo, quando a Primavera chegar.
Mafalda, 26 de Novembro de 2009
(origem da foto Olhares-José Torres)
Lembro-me da confusão que me fazia e do que sentia quando às vezes ao ver filmes, em cuja história havia um familiar – pai ou mãe que falecia, deixando crianças pequenas ou até já a entrarem na fase da adolescência, vê-los cumprir todas aquelas cerimónias inerentes á morte. E nos funerais lá estavam á beira da campa, crianças de três, cinco, oito, dez, treze, catorze anos, que importa a idade... – são crianças, as mais pequenas de mão dada com o pai ou a mãe que sózinho ficava, mas todos juntos e eu pensando que nunca faria filhos meus passarem por aquele trauma e que nenhum adulto no seu perfeito juízo o faria. Aquilo só mesmo em filmes é que acontecia.
Sempre lidei mal com o tema morte. Entrar num cemitério era quase cena proibitiva para mim e tomei como certo, que aquilo que era válido para mim, o seria também para todos. E foi assim que agi quando o problema me bateu á porta bem de perto, convicta de que não poderia estar mais certa.
Uma pessoa perfeita não existe e como tal eu não fujo à regra e naturalmente cometo erros. A convicção que afirmei no parágrafo anterior foi um deles.
É quase inexplicavel para mim a admiração, mas sobretudo a emoção que experimentei quando sobre este assunto fui interrogada, confrontada, contestada, mostrando-me o equívoco da minha verdade. Confesso que chorei lágrimas bem tristes, que não dormi, que não deixei de pensar contínuamente no assunto.
Que errara noutro aspecto eu já havia percebido. Que devia ter cometido qualquer outro erro no atravessar do tempo, sem conseguir aperceber-me onde, também já havia sido alvo de algumas reflexões minhas, mas aqui...! Jamais me passara pela cabeça.
Ás vezes precisamos de tempo.
Decidi pois que era tempo de fazer uma paragem e reflectir no assunto causa/consequência. Parei de escrever... se o fizesse só poderia ter saído algo muito negro e parei com tudo o que me foi possível, para que ninguém percebesse o que se passava comigo.
Pesquisei na net artigos de psicólogos sobre o assunto. Li vários. Pensei até eu própria consultar um, ideia que acabei por pôr de parte e após várias leituras e análises, acabei por chegar á triste conclusão que de facto eu estava errada.
Dizem eles e nisso são unânimes, que todos estes rituais da morte não existem por acaso. Eles fazem parte da primeira fase do luto e são necessários, úteis, practicamente imprescindiveis. São eles que em primeiro lugar, naquele espaço de tempo, nos ajudam a aceitar a compreender, a interiorizar que jamais voltaremos a ver aquela pessoa.
Dizem, por exemplo, que é extremamente difícil e doloroso fazer o luto de uma pessoa cujo corpo nunca aparece, havendo mesmo casos em que as pessoas nunca o conseguem fazer tornando a vida insuportável.
Ainda mais triste fiquei e senti complexos de culpa que em nada ajudam a nossa saúde mental. Continuava a ser tempo de reflexão e perguntei-me com quem mais teria eu cometido semelhante erro. Decidi que por muito que custasse, havia que falar e abordar o assunto com os restantes personagens.
Esperando a mesma reacção, voltei a ficar admirada, pois nada havia de semelhante. Encontrei nas respostas até palavras de consolo.
Não há dúvida que não existe um ser humano igual a qualquer outro.
Segui ainda com o meu tempo de reflexão. Havia que assimilar, interpretar e conjugar todos estes factores.
E foi assim que conclui que embora tendo errado, o meu erro não foi sentido de igual modo, sendo verdade que até nem chegou a ser erro. Dependeu de como cada um o viveu.
Também de nada servia o sentimento de culpa, nada remediava e além disso acredito que após o desabafo o trauma que possa ter provocado estará resolvido. Desejo-o muito e se tudo isto o fez passar, dou por muito bem passada, toda esta minha insegurança.
E por fim, o que fiz foi com a intenção de proteger, de evitar dor. Errado ou certo foi por amor.
Como posso então ser juldada por isso? Como posso então ficar agarrada a essa sensação de desconforto, de desilusão, de pesar, de desiquilibrio emocional? Isso não só não me ajudaria a mim, como não me permitiria ajudar outro alguém, caso ainda fosse preciso. Acredito que entendeu e aceitou as minhas razões. Há que pôr um ponto final e seguir em frente, porque a vida não está no ontem, mas sim no hoje.
É possível que este seja um tema um tanto mórbido, mas a verdade é que neste tempo de paragem tenho pensado muito nela. Se é a coisa mais certa que temos assim que nascemos, porque a tememos tanto? Porque não a conseguimos encarar como um acto natural? Porque nunca pensanos que um dia ela virá? Porque nos parece que a nós não nos acontecerá?
Só pode ser porque viver é bom!
Gostaria muito que todos pudessemos ter de verdade, esta convicção.
Mafalda, 22 de Novembro de 2009
(foto minha)
Libel...Oi “tás” por aí?
É que este é para ti.
Trabalhinho de casa??
Mas eu esqueci “sotoura”!!
O quê? Vai escrever no meu caderno um recado para os meus pais?
Lá me vai estragar a minha semanada só por causa de um trabalhinho de casa!!
Ah! Libel que diabrete/travessa me saiste!
Como podes, se quando queres és um doce?
Tenho que confessar-te uma coisa.
Cá pelos meus sitios, toda a gente sabe que eu tenho este defeito (se fosse só este...)!
É chegar sempre atrasada. Eu bem tento melhorar mas...
E mais uma vez cá estou eu a dar-lhe veracidade.
É que só hoje li o que me escreveste.
E agora o que é que eu faço?
Estou toda atrapalhada, nem sei mesmo se estou na posição normal, ou se tenho as mãos no chão e os pés no ar.
As bruxinhas já partiram para o seu país de magia.
E eu não acredito em bruxas, mas lá que as há, isso HÁ!
Também não sou supersticiosa, mas não deixo de bater três vezes na madeira dizendo ao mesmo tempo que o diabo seja surdo, cego e mudo.
Andar a cavalo numa vassoura em criança traz infelicidade?? Finalmente percebi o porquê!!
Quanto ao Arco Iris (lindo espectáculo da natureza...), passar por debaixo dele e virar...
Pensando bem..., até que não deixava de ser giro!
Conforme desse mais jeito, uma vez passávamos e seríamos homens... quando deixasse de ser conveniente, voltavamos a passar por baixo e estaríamos novamente na nossa condição feminina e sempre assim, conforme nos fosse mais aprazível.
Pois, mas há aqui um pequenino senão. Coisa de pouca monta. É que os Arco Iris não os encontramos por aí a toda a hora.
E lá tinhamos que virar “caça arco iris”,... como os caça fantasmas. Ai credo!
Mas vendo bem, até era uma bela “profissão” – Caça Arco Iris – era um nome bonito! Estou mesmo a imaginá-lo escrito no cartão de visita! Mas que apresentação! Já lhe dei o meu cartão?
Isto para não falar das belezas que íamos contemplar por esse mundo fora á caça de arco iris. Entre raios e coriscos... ui!... sim porque é depois das tempestades que vem a bonança e é nessa altura que lá estão eles, lindos de morrer, os arco iris.
Não! É tudo mentira!
Na caça incessante de arco iris para trocar de mulher para homem e vice versa, não iria haver um pouquinho de tempo sequer para gozar as vantagens de ser mulher ou de ser homem.
E depois que graça tinha saber-se tudo uns dos outros? Onde ficava a magia do misterioso? Aquele veuzinho qual teia de aranha que precisamos de encontrar a ponta e ir levantando pouco a pouco?
O melhor é deixar tudo como estava e que cada um aproveite e tire o melhor partido dos privilégios que tem.
Vamos acertar o passo. Todos com o pé direito bem à frente
Não ao passar por baixo do Arco Iris... não ao passar por baixo do Arco Iris... não ao passar por baixo do arco Iris...
Mas isto é alguma manifestação??
Não sei bem porquê mas tenho a orelha a arder. Será que alguém está a dizer mal de mim?
Ai, ai, eu não disse que estava toda trocada e a fazer o pino? Melhor ficar por aqui.
Resta ainda um espacinho para te deixar, do tamanho do universo um
B – de bem-querer (é que gosto desse teu jeitinho de dar ânimo)
E – de entusiasta (sempre disposta a colaborar), de espirituosa (essa tua graça natural)
I – de idealista (a lágriminha no olho nos filmes...), inovadora (sempre pronta ao desafio)
J – de justiça (na defesa dos teus principios),jogadora (jogas “às escondidas” com a palavra)
O – de OH! que bela partida me pregaste!
Mafalda, 2 de Novembro de 2009
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