Aprendi a aceitar o silêncio.
Aprendi até a amá-lo.
Porque o silêncio me ensinou que podia amar na distância.
E em silêncio ouço e em silêncio me fico.
Serena, nele me envolvo.
No seu manto me aconchego e em silêncio me abandono.
Voando me leva o silêncio,
em suas asas que não vejo, até meus olhos fechar.
Mais silencioso fica ainda o silêncio,
reinando no mundo do meu sono.
Mafalda, 19 de Outubro de 2009
Como lá diz o velho ditado – o que é bonito é para se ver – hoje venho aqui deixar um link de um vídeo do Youtube claro.
Ele foi-me enviado por uma amiga e embora saiba que muitas pessoas talvez já o conheçam (eu confesso que não), não consigo deixar de o recomendar e partilhar, não só pela sua beleza que considero espectacular, como pelo facto de nos ensinar, a nós, felizmente portadores sãos de todas as nossas faculdades físicas e mentais, de como a força de vontade, o empenho, a noção da importância da união, pode originar “milagres”, vindos de pessoas a quem algumas capacidades faltam.
Antes do Link deixo a nota sobre ele e que acompanhou o respectivo email.
Espero sinceramente que quem o veja o aprecie tanto quanto eu.
Ler em primeiro lugar o parágrafo seguinte, antes de ver o vídeo.
Há uma dança impressionante, chamada de "As Mil Mãos-Guanyin".
Considerando a grande coordenação que é necessária, a sua realização
não deixa de ser surpreendente, mais ainda porque todas as bailarinas
são surdas. Sim, é verdade. Todas as 21 bailarinas são completamente
surdas-mudas.
Baseando-se somente nos sinais dos formadores nas quatro esquinas do
cenário, estas extraordinárias bailarinas oferecem um grande
espectáculo visual. O seu primeiro grande "début" internacional foi em
Atenas na cerimónia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de 2004,
mas tem estado desde há muito tempo no repertório da "Chinese Disabled
People's Performing Art" e já viajou a mais de 40 países.
A sua primeira bailarina, Tai Lihua, tem 29 anos de idade e possui um
BA pelo Instituto de Belas Artes de Hubei. O vídeo foi gravado em
Pequim durante o Festival da Primavera deste ano.
http://www.youtube.com/watch?v=xgHmSdpjEIk
Mafalda, 15 de Outubro de 2009
E o mesmo vento que me despenteia os cabelos, traz-me o eco de vozes longínquas.
São vozes doces como um canto de sereia.
Segredam-me ao ouvido os seus sons que na verdade já não ouço, recordo apenas.
Visitam-me no sopro de uma brisa, ou no assobiar do vento constante.
Chamam por mim, dizem meu nome, sussurram histórias que eu não entendo, de tão baixinho que são contadas.
Tento detê-las , torná-las audíveis, fiquem – peço.
É um rasto de saudade imensa que não se perde nos caminhos do tempo.
São apenas ecos do passado.
Vozes que se tornaram silêncio.
E em silêncio, por companheira a saudade, só permaneço.
Mafalda, 13 de Outubro de 2009
Se me ouves, porque não me escutas?
Se te peço, porque não me atendes?
Se duvido, porque não me esclareces?
Se existes, porque não te mostras?
Ensinaram-me que devia ser tua humilde serva,
Que devia acreditar sem nada questionar.
Mas o nosso eu cresce e duvida!
Sinto e vejo a mão da mãe natureza,
Sigo as leis do universo porque elas são visiveis.
Mas se na vida e na morte sempre me fazes recordar-te,
Que mais queres tu de mim?
Hoje, como mãe, a minha mais útil função,
Preciso de te sentir presente,
Mas sinto-te ausente...
Onde estás que me ignoras?
Mafalda, 8 de Outubro de 2009
(foto minha)
A nossa história está gravada pelos sentimentos na estrada de uma vida.
Vivida na esperança de não ter fim...
Ilusão que não se ousou deixar revelar-se.
Se nos cruzámos foi por acaso?
Não!
Um dos dois tinha que vivê-la.
Embalou-se num doce sonho e permitiu-se não acordar.
Viveu a ânsia de querer a presença, o sentir do batimento de um coração em alvoroço, o desejo num olhar intenso, que não queria ser adivinhado.
Depois num atrevimento consentido, o mundo fez uma pausa. E girou em torno dos dois, deixando-lhes a livre escolha de parar ou avançar.
Insustentável essa imagem de parar.
Um dos dois abraçou o outro sem sequer pensar no que fazia.
E assim deixou que esse abraço se estendesse a todo o sempre.
Provou então o encanto das palavras que se soltam, do olhar feito estrelas que brilham de paixão, do sentir estremecendo, o toque de dedos deslizando como o suave dedilhar de uma guitarra, do escutar deslumbrado, de coros cantando em vozes que se ouvem sussurrando.
Houve paixão, houve amor, desejo e cumplicidade, emoção e ternura. Houve sorrisos e risos, felicidade e certezas. Houve amizade e aventuras.
Houve de todos os sentimentos que aproximam duas pessoas, misturados num só.
A química, essa linda magia completa e absoluta. Arrebatadora, absorvente, embrulhada em fantasia cheia de luz e cor de tudo querer sentir.
Dos dois que um dia se cruzaram...
A química foi de um só!
Não morreu nem foi esquecida.
Vive naquele que a experimentou, na certeza de que tudo de novo viveria se atrás o tempo voltasse... mesmo que lhe fosse mostrado o futuro.
É por isso que hoje, sentado à mesinha junto à janela, olha o rio e recorda.
Assinala o dia e esse rio que outrora os juntou.
.....
A nossa história contada ao pormenor, decerto poderia ser argumento de um livro de Nicholas Sparks, escrito para depois ser adaptado ao cinema. Nele, o autor revelaria qual dos dois foi a química do outro.
É assim, que muitas vezes aquilo que julgamos... apenas histórias românticas, existe, vive-se, sente-se e deixa marca indelével, na vida real.
Mafalda 7 de Outubro de 2009
Se aqui estivesses, teria andado num alvoroço, espreitando tudo o que é loja, dando voltas à imaginação, só para te comprar um presente.
E hoje ter-to-ia entregue envolto no mais lindo papel decorativo que tivesse encontrado.
Com ele ter-te-ia dado um abraço apertado e desejado um dia feliz.
Teria feito e enfeitado um bolo. Acenderia as velinhas e todos juntos teríamos cantado os “parabéns a você” para ti.
Mas tu não estás...
Mas se estivesses que importaria tudo isso?
Importante seria apenas estares aqui.
Partiste há muito para aquele lugar que não tem volta.
Só te posso oferecer a minha recordação e a saudade que sinto de todo o mimo que sempre me deste.
Sim, é possível que esteja a ser egoista.
Se lá para onde foste pudesses ver-me...
Sei que poderias duvidar, mas a verdade é que...
Fazes-me falta.
Mafalda, 3 de Outubro de 2009
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