Em torno de si, vai este belo Planeta
Girando sem se ver e se sentir.
E girando com Ele, vai o Homem
Correndo em busca de algo eterno.
A Felicidade.
A felicidade acontece, ou não!
Assume diversas cores, distintas formas,
Nem sempre fácilmente perceptíveis.
E às vezes sem as compreender,
Deixamos que deslizem
Por entre os dedos desunidos das mãos.
Às vezes encontrada e por vezes perdida.
Às vezes não dependente de nós, às vezes sim.
E girando que vou agora por este mundo virtual,
Buscando novos e belos espaços,aqui e ali paro,
Noutro me detenho mais um pouco
E por fim, nalguns, fico.
Na última semana fiquei num novo espaço,
Encantado ao olhar, no escutar e no sentir.
Encontrei um poeta.
Um poeta que canta o Amor,
Do amor vivido, do amor perdido...
Do amor que “...É fogo que arde sem se ver...”,
- De “...Partem tão tristes meus olhos por vós meu bem...”,
- De “...Agora que sinto amor tenho interesse no que cheira...”,
- De “...E é amar-te assim perdidamente...
E seres alma, e sangue e vida em mim...”,
- De “...Mas amor...dos amores que têm vida...
Sim, vivo e quente!”,
- De “...Que todo o grande amor só é bem grande se for triste...”,
- De “...Como dizer de amor ser e não ser
se amor mais do que amor é outra coisa...”
Encontrei um poeta que se diz, ele próprio, “um pouco louco”..., quem o não é um pouco também?
Que em suas palavras se encontra – ...Pendurado ainda nos alicerces do amor que um dia ousarei dizer de novo.
Ou, - ...Sei que ela anda por ali.
Incontornável como o prato vazio ao lado do meu enquanto janto.
Um dia... irei pôr um prato só.
(Excertos de comentários/respostas ao seu poema Recordando de 21 de Agosto de 2009).
Que em seu poema Alma Furtiva de Março de 2009 termina com esta linda "melodia":
“...Não a tenho. Está em ti...”
Um poeta que canta o seu amor por quem, a quem chamou de DD.
Obrigada por seres quem és Rui.
Ah! Irreverências da vida!
Como ia eu imaginar que outra DD existisse?
Mas também, como pude pensar que seria única?
Não tive um poeta que me cantasse, só tive um “poeta” que a este espaço imenso do Planeta, sozinha me devolveu.
Mafalda, 24 de Agosto de 2009
Acordo na manhã que se faz dia
E logo meu pensamento incansável
E preocupado cumpre sua tarefa,
Lembrar-me o que não quero lembrar.
E nas horas rápidas que se sucedem
Em silêncio busco o brilho da vida
E ordeno resoluta ao meu pensamento
Que me lembre o que gosto de lembrar.
Submisso e dócil, ele obedece
E lembra-me daquela viagem que fiz,
Daquele concerto a que assisti no CCB,
Das pessoas que quero junto a mim.
E distraída no meu infinito pensar,
Chegam bem depressinha e levinhas
As horas do dia que formam a tarde
Na chávena de café que finda o almoço.
Saio para a rua, ou fico em casa?
Procuro os amigos, ou leio um livro?
Ligo o computador ou oiço música?
Faço “um dó-li-tá”, ou atiro a moeda ao ar?
Mas meu pensamento está atento!
Dá conta da minha bendita preguiça
Que só se lembra do que é bom, do lazer.
E indignado chama por mim.
Não quero saber – respondo
Logo logo, as horas do dia serão noite,
E lembra-te bem, amanhã ao acordar
Nas horas da manhã que se fazem dia,
Lembra-me só, do que quero lembrar.
Menina caprichosa esta!
Mafalda, 20 de Agosto de 2009
Há quase três anos que navego por este mundo dos blogs.
Entrei devagarinho pelo blog da Madalena e admito, não podia ter entrado melhor.
Ela é de uma sensibilidade e de uma capacidade de transmissão dos sentimentos, das emoções que transforma em belos, mesmo os mais tristes e nos deixa a nós emocionados de tal forma, que se lêssemos alto o que escreve, a voz se nos embargava comovida. Já aqui falei dela.
Foi sempre assim que a acompanhei. Primeiro deixei ainda alguns comentários, até que passei a visitá-la em silêncio, porque era impossível expressar o que me fazia sentir. Penso que alguma coisa grave atormentou Madalena, algo que nunca revelou na sua essência, mas que tão bem “dissimulou” (no bom sentido), em palavras de paixão sentida.
Mas quem sabe se o que digo é certo?
A par deste blog fui descobrindo e visitando outros, até que um dia surpresa e triste, li a despedida de Madalena. Foi aqui que não resisti e escrevi-lhe, confesso sem grande esperança de resposta.
Meus filhos sempre me diziam – Estás enganada mãe. Neste mundo da internet, encontras muito mais pessoas solidárias do que imaginas, às vezes mais que na vida real.
E tinham razão! Madalena respondeu-me. E respondeu-me com a sensibilidade que a caracteriza.
Por esta altura eu escrevia já e pela minha cabeça passava, eu própria construir um blog. Não importava que fosse muito visitado ou não. O que contava é que para mim escrever era uma forma de libertação de sentimentos enraizados em mim, que colidiam com a minha forma de ser e estar na vida e nos momentos em que escrevia fazia-me bem, sentia-me mais eu, de quem nesse tempo, eu não gostava.
É dos piores sentimentos que podemos sentir, não gostar de nós próprios. Foi um dos períodos conturbados da minha vida que mais longo foi de fazer o luto. Difícil de explicar isto! Embora saiba porquê, embora eu seja uma lutadora, embora eu goste e saboreie o lado bom da vida, embora a esperança seja uma companheira presente e me “salve” muitas vezes.
Escrever, sempre escrevi. Desde os meus tempos de escola.
Fiz o liceu no Colégio de S. José, um colégio de freiras Dominicanas (ligadas ao Colégio do Ramalhão em Sintra), situado no Restelo.
Tive como professora de português a Dra. Maria de Lurdes Saraiva, professora excepcional, apaixonada pelo que fazia, conseguia captar o interesse, mesmo por aquelas para quem esta disciplina, era irmã da matemática (o Português e a matemática são sempre as disciplinas de piores resultados nas pautas). Fui colega de turma da Maria e da Sofia, duas irmãs filhas da Sophia de Mello Breyner. A Maria, como a mãe, toda voltada para as artes da escrita; a Sofia, ao contrário, toda voltada para as ciências do concreto.
Não soube nunca se Maria terá seguido as pegadas da mãe. Se o fez, foi certamente com um nome que nunca me levou até ela.
Falo de tudo isto para dizer, não sem uma certa vaidade, que os trabalhos da Maria e os meus, eram sempre os melhores e lidos em voz alta, explanados à exaustão, para que toda a turma pudesse “aprender” algo mais.
Momentos de orgulho estes!
E pela vida fora, fui, aqui e ali, escrevendo algumas coisas, até que um dia num daqueles meus impulsos deitei tudo fora, pensando que nada valiam.
Podiam, efectivamente, nada valer, mas hoje arrependo-me desse gesto.
Pedi uma critíca, a quem, em cujo saber confiava. E ela incentivou-me. E eu criei o meu espaço.
Desde então, noto hoje, que este mundo dos blogs cresceu imenso.
Há quem diga que está na moda. Eu diria que é uma forma que cada um encontrou de se libertar, de se expressar, de comunicar, até de encontrar novos interesses. Quem sabe não sairão daqui alguns bons escritores, como diria o grande poeta Fernando Pessoa, não de profissão, mas de vocação.
E eu, vou passeando neste “mundo”, quase sempre em silêncio e muitas vezes na leitura dos comentários, vou descobrindo, não só, novos extremamente interessantes, como noto que aqui as pessoas estão presentes nos bons e maus momentos, criam-se amizades sinceras, desprovidas de quezílias.
Há pouco tempo, encontrei um blog em que o autor dispõe a maior parte dos seus textos de uma forma interactiva, extremamente participativa e atrevi-me a começar a comentar.
E ele sempre respondendo a todos os intervenientes (para mim a forma mais correcta de estar num blog – a resposta) como um diálogo escrito.
Aconteceu no entanto, pareceu-me a mim, que de algum modo involuntário, terei “ferido” a sua sensibilidade. Pareceu-me senti-lo na sua resposta, mas não consigo ter certezas.
Pelo sim, pelo não, achei por bem que o melhor de tudo será continuar por aqui, na minha posição em silêncio.
Por acaso quando lemos um livro podemos fazer comentários directos ao autor? Então? Porque não no mundo dos blogs?
Como em tudo na vida, cada um reage à sua maneira.
Mafalda, 20 de Agosto de 2009
Ás vezes, sem darmos por isso e sem querer, ferimos a susceptibilidade de alguém.
Sinto hoje essa sensação.
É alguém do mundo virtual que há pouco conheço.
Mas seja com quem for, incomoda-me sempre.
É por isso que cada vez mais compreendo...
Mafalda, 18 de Agosto de 2009
A verdade é verdadeira, porque se assim não fosse, seria mentira. Ponto Final.
Certo?
Logo a verdade é absoluta!
Como se a verdade fosse uma espécie de ciência como a matemática em que dois mais dois é igual a quatro. Qualquer outro valor que se aplique, a classificação será zero. É “chumbo” certo. Nada há a questionar.
Ou como tudo que nossos olhos vêem. Nossos olhos não mentem.
Quantas vezes já nos encontrámos a dizer:
É verdade! Ninguém me contou! Fui eu que vi com meus próprios olhos.
Como contestar?
Também já todos assistimos (especialmente em cenas de filmes...já sei filme é ficção, não pode ser apresentado como exemplo), então mudo o discurso.
Nem todos e felizmente acho que a maior parte, mas alguns terão já assistido àquela velha cena da traição apanhada em flagrante.
Quais são as primeiras palavras ditas por quem é apanhado??!!
- Espera... deixa-me explicar...isto não é o que parece...!
E aqui num intervalinho do assunto principal – a verdade – na grande parte dos casos, não é mesmo. É traição sem dúvida, mas é ocasional, não significa nada, não tem conteúdo e terminado, o traidor, ou a traidora (embora se disser só o traidor, englobe os dois sexos, não vá haver interpretações erradas, salvaguardo, pois não quero que me chamem tendenciosa), saiem do assunto um pouco mais levinhos, mas logo se apaga da memória aquele momento.
Mas deixando-me de divagações e voltando...
Ah! Isto não é o que parece...!
Então a verdade é mentira? Ou as duas coisas ao mesmo tempo?
Pois é! É para pensar!
Continuando no exemplo do que vemos com nossos próprios olhos e lógicamente assumimos como verdades absolutas.
Dou mais um exemplo. E não é para rir que o assunto é sério.
Tenho andado a ver (não, não são ovnis. Ainda não cheguei aí) na publicidade de um nosso canal televisivo e já agora menciono – SIC – um anúncio a um vinho e digo a marca – Gazela (devia ser paga pela publicidade, mas pronto não reivindico...).
Embora não o relate na íntegra, torna-se um pouco extenso, pois tem quatro pontos essenciais.
Em cima de uma mesa um copo meio de vinho.
Pergunta-se: meio cheio ou meio vazio?
Um casal beija-se na rua.
Pergunta-se: o começo de uma história a dois, ou um beijo de despedida?
Uma mulher sózinha sentada numa esplanada.
Pergunta-se: uma hora á espera de alguém, ou sessenta minutos consigo própria?
Saindo vai um homem de pasta na mão em louca correria.
Pergunta-se: a pressa de sair, ou a vontade de chegar?
E onde quero chegar eu?
Tudo visto com nossos olhos, não é verdade?
Mas a verdade é que vimos uma coisa que pode ser coisas diferentes, não só na nossa interpretação, como na própria realidade.
Então os nossos olhos não mentem?
É mesmo verdade que a verdade é absoluta?
Não será verdade que a mesma verdade pode ser diferente para cada um de nós?
Os exemplos são “toscos”? Paciência! A imaginação foi pouca.
Não quero “fritar” o cérebro dos outros com as dúvidas questionáveis que me assaltam.
Mas a verdade, verdadinha é que tenho pensado nisto.
Mafalda, 17 de Agosto de 2009
Recebi há dias um email de uma amiga acabadinha de chegar de uma viagem de que muito gostou e da qual me fez o relato, com reportagem fotográfica e tudo.
O que me escreveu foi tão real e delicioso e deixou-me tão abençoada por poder viver através dela esta experiência “do paraíso”, que não resisto a deixar, partilhando-as aqui, as suas impressões.
Espero não fiques aborrecida pela minha indiscrição.
“Olá querida amiga
Regressei daquele imenso país chamado Finlandia ou semelhante em qualquer das linguas nossas conhecidas mas chamado SUOMI na sua própria lingua, onde a densidade populacional é de 17 habitantes por km quadrado e daí qualquer familia ter para si um imenso lago a perder de vista (onde o meu neto Sérgio se pos a remar e desaparecia no horizonte enquanto eu gritava do lado de cá e so ouvia a minha própria voz limpida e escorregadia sobre as aguas e...resposta nenhuma ) ,onde frutas e legumes (morangos ,cerejas ,ervilhas e batatas )se vendem ao LITRO, sim ao litro...e onde se passeia sem receios por sitios como Monsanto ,povoado de vivendas e onde na cidade (como Helsinquia) há sempre um autocarro,um electrico e um metro à hora que nós queremos ,.que parece estar de propósito à nossa espera....Tivemos tanta sorte (ou será mesmo assim ?) que só choveu uma vez durante a noite ,e um dia cairam uns chuviscos que nos fizeram logo pensar no chapeu de chuva , mas ao olhar para o lado e ver as Finlandesas todas decotadas e de chinelas, sentimo-nos absolutamente ridículos .E os dias são longos,longos....pois há luz solar desde as 4 da manhã (cá 2 da manhã ) até às 10 30 da noite.
O custo de vida é muito elevado,comparado com o nosso .(,Mas nada se comparado com o de Luanda onde1kg de bacalhau custa 50€ e um pato custa 25€ ,segundo diz o meu filho Filipe....)
Enfim, estas são as minhas ultimas impressões e memórias e que eu gosto de partilhar contigo.
Um beijinho da Guida”
Dá para imaginar?
E eu que me sinto presa, atada mesmo, impossibilitada de viver semelhantes emoções, vou armazenando aquilo que colho das descrições dos amigos que felizmente tenho, aquilo que por vezes vejo no Travel ou em fotos de revistas, folhetos das agências de viagens, até em pequenos vídeos do Youtube.
Olho o tempo que passa e me vai dizendo adeus.
No primeiro instante desanimo, mas logo vem aquela velha e doce amiga que sempre está presente e me encho de esperança.
Penso que me “queixo de barriga cheia”.
E quem sabe o que ainda me pode estar reservado? Alguma coisa boa será sem dúvida.
Mafalda, 13 de Agosto de 2009
Porque estamos em plena época de férias e porque hoje está um verdadeiro dia de Verão em pleno meio de Agosto, fazendo lembrar os tempos em que as quatro estações do ano eram bem definidas e certinhas, vamos aligeirar um pouco este blog.
Usar uma linguagem e uns temas não muito correntes por aqui, mas que não chocam ninguém.
Vá desfranze a testa e curte. Que se lixe o amanhã.
Pega no telefone. Liga para os amigos e amigas. Enfia as chinelas põe a toalha ao ombro ou de baixo do braço e ruma direitinho à praia.
Não esqueças o protector.
Que se lixe a camada de ozono e toca a desfrutar do sol e dos belos banhos refrescantes no mar.
E á tardinha que tal umas fresquinhas na esplanada da praia?
É mais caro? Que se lixe a crise. Não podes acompanhar com camarão de Espinho? As fresquinhas também sabem bem com tremoços.
A conversa está a animar e entre risos, piscadelas de olhos e piropos às belezas que passam que tal um jantar mais extravagante?
O quê? Não te podes deitar tarde porque amanhã tens de te levantar cedo?
Que se lixe a noite bem dormida. Amanhã tomas Red Bull e até vais a voar.
E entre gente bonita, música apetecível e um menu seleccionado, o jantar é um verdadeiro manjar.
A começar pelos caracóis excelentemente cozinhados...
Não percebi. Caracóis não é comida que se apresente? Ora essa!
Conta essa aos franceses que até lhe chamam “escargot”. Nós a vermos que aquilo é mesmo caracóis e eles...
Que se lixe a “finesse” e come mas é que de estômago vazio ninguém se diverte.
Acabou o jantar. A noite está de maravilha. Que tal voltares à praia e sentares-te em roda na areia contando anedotas.
Espera. Vai à loja dos chineses.
À loja dos chineses?
Sim. Que se lixe a protecção ao comércio nacional. Compra uma velinha para cada um e o ambiente da noite na praia fica logo com outro ar. A areia ainda está morninha e até parece branquinha. Não te sentes nas Maldivas?
A noite está mesmo um desafio.
O mar acompanha a conversa interrompendo com o seu amarujar.
Desafia-te para um mergulho nocturno.
É pessoal toca a largar as chinelas e vamos ao banho.
Se não fora pelos mirones...
Que se lixem os mirones!
É pessoal toca a despir a roupa e vamos num mergulho tal como viemos ao mundo.
E que se negue quem for trouxa.
IUPI!!
Mafalda, 11 de Agosto de 2009
Toda a história tem um fim.
Mas no fim de cada uma, sempre uma nova começa.
E assim se completam os ciclos e assim a vida se constroi.
Costumamos dizer – É a história da minha vida.
Na verdade ela é feita de várias histórias.
Nem sempre as histórias que acabam têm o fim ideal.
Mas nas histórias existem vários personagens. Assim, o que pode não ser o ideal para uns, pode sê-lo para outros.
Nem sempre as novas que começam são as mais desejadas.
Mas igualmente aqui existem vários personagens. Também nelas o que pode não ser o mais desejado para uns, pode sê-lo para outros.
No seu rasto as recordações. Só não sei se elas são algo que temos, ou algo que perdemos.
No entanto não há dúvida de que as guardamos.
Mafalda, 7 de Agosto de 2009
(foto minha)
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