Viva o hoje,
pois o ontem já se foi
e o amanhã talvez não venha.
Antoine de Saint-Exupery
É nos momentos das despedidas inesperadas que a realidade destas palavras se torna tão verdadeira!
Porquê então não a recordamos todos os dias ao despertar?
Porquê então não a praticamos todos os dias da nossa vida?
Esquecendo-a, a vida se vai um dia.
E porque a vida se vai, nos fica a morte.
Hoje ficaste só, não peço que negues tua dor, mas que celebres a vida como sempre os dois fizeram, pois ela te ajudará na solidão.
Mafalda, 23 de Março de 2009
Hoje escrevo de alguém que não conheço, mas por quem aprendi a sentir carinho e por isso se tornou especial.
Acompanhei a leitura do seu blog, durante cerca de 2 anos e através dele compreendi a pessoa sensível que existia por trás dos textos que nele publicava.
Não sei, ao lê-los, quantas vezes me emocionei, quantas vezes me revi, quantas vezes senti bem perto seus sentimentos.
Aqui deixo o seu link para no caso de alguém que leia estas minhas linhas ter curiosidade de dar uma espreitadela. Nem que seja só para ler a sua despedida, vale a pena.
http://madalena.blogs.sapo.pt
Madalena já fechou o seu blog.
Em agradecimento à companhia que me fez eu lhe dedico este meu simples trabalho.
A fotografia que publico, foi tirada por mim. Ela retrata o fundo do leito de um rio e nele espelhado, suas margens. Modestamente eu a comparo aos teus textos Madalena, escritos do fundo e espelho da tua alma.
Mas Madalena, agora Fátima, iniciou já novo blog.
Chama-se “Em Segredo...”.
E abriu-o com o pensamento que na fotografia inscrevi.
E é a ti que a dedico.
Continuo a ler-te e como me sabe bem!
Dizem os psicólogos que o luto tem cinco fases (alguns acrescentam mais duas) e que o tempo a concretizá-lo, dependendo de cada individuo, é de seis meses a dois anos.
Primeiro vem a negação e a seguir a raiva.
Depois a depressão e a culpa.
E por fim a aceitação.
Que fazer então quando julgamos que chegámos finalmente à fase da aceitação e retrocedemos de novo à RAIVA.
Ah! Não!
Não passarei por tudo outra vez!
Já chega!
Basta!
Afinal quem sou eu? Não sou uma lutadora?
Criei o meu refúgio e nele viverei e nada que eu não queira existirá.
Por aqui fico no encanto do céu da minha música, na contemplação solitária da beleza do mar, na nostalgia de um anoitecer, no doce sabor de ser beijada pelo calor do sol, no respirar do suave perfume das flores campestres, no prazer do toque ao colher uma papoila rubra, um malmequer, de bem me quer, mal me quer, muito, pouco ou nada, com que a Primavera a chegar me brinda.
No calmante e refrescante jeito da minha simples escrita e no silencioso e absorvente culto da leitura.
No olhar sereno através da vidraça, da chuva miudinha caindo lá fora.
Na visão da paisagem que me preenche e que o deslizar do carro na estrada me deixa ter das serranias imponentes, da floresta que ladeia as bermas e da extensa planície, daquela ave que batendo as asas se eleva com leveza no espaço.
Por aqui fico nas belezas e forças da natureza, como se fizesse parte delas, como se fosse uma delas, insensível à minha condição de humana.
Mafalda, 15 de Março de 2009
(fotos minhas)
Insegura eu?
Como não sê-lo se vocês são os maiores!?
A paixão, o desejo, o amor, a vida intensa, o pensamento sempre preenchido e o trabalho absorvente, por vezes toldam a visão de tudo o resto.
Não deixam espaço para perceber com clareza quem, ou, o que nos passa pela frente.
Hoje pedi um favor. Em vez de me ser concedido, foi-me questionado.
- Porquê?
Não deveria ser necessário justificar-me e não o faço.
Abandono a ideia com um sorriso, penso e digo
- Esquece.
E a conversa de imediato desvia e muda de rumo.
E de novo, no novo assunto sou questionada.
Contrario a resposta esperada.
Oiço palavras, frases que me fazem sorrir de surpresa.
Fico calada.
Há insistência.
Tenho a resposta certa, mas não me apetece dá-la.
Não quero responder.
Entendi todos os sinais.
Não mais irei por aí.
Mafalda, 13 de Março de 2009
Não é possível!
Eu não acredito!
Será que só eu sou a iluminada?
Difícil de acreditar!
Então será que simplesmente estou errada?
Será que em nome da boa e velha amizade nos sentimos tão livres que nem notamos
o quanto espezinhamos os outros?
Será que tudo é natural e apenas eu espero,
exijo demais dos outros?
Apetece-me perguntar
Será que tenho um P de Parva bem escrito na testa?
Ou será que eu deixo que os outros o leiam?
Será que não existe sequer boa e velha amizade e é apenas uma questão de falta de regras de boa educação?
É facto que lá nisso nasci num berço de ouro!
E será lícito, normal que nesta altura da minha vida
eu ainda me permita ter estas dúvidas?
Hoje fui vitima da velha e boa amizade e sinto raiva!
Mas amanhã já passou.
Não sou de guardar rancor, mas esquecer...
Não como vingança, essa não faz parte do meu eu,
mas sim como um chamar à razão,
talvez eu tenha um dia oportunidade de retribuir,
em nome da velha e boa amizade estas minhas dúvidas.
E servi-las-ei com requinte,
numa toalha de linho bordada à mão.
Mafalda, 5 de Março de 2009
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