Se um dia eu tivesse um namorado gostaria que fosse como tu…
Assim bonito, inteligente e sensato, com esse olhar meio atrevido, meio doce, com esse sorriso, meio franco, meio provocante, essa barba de três dias que te empresta um ar misterioso, esse cabelo que adoro despentear, com esse sentido de oportunidade… umas vezes apelando ao saber, outras de um humor bem apurado, outras ainda cheio de romantismo, com esse dom de me surpreender, com toda essa capacidade de amar, que te torna tão sensual… mas acima de tudo…, ah, ah, ah, meu amor, com uma conta bancária de milhões de euros para me deixares gastar à vontade.
Ai... ai...! Tanta falta de sensibilidade!
Já vou indo antes de começar a chover hortaliça!!!
Mal passaram alguns dias após a romaria aos salpicões de Chaves, e ainda se manifestam os vapores, saberes e gostos de tão louvável peregrinação que aquela comunidade de cinco lindas Senhoras palmilhou, em longos quilómetros de estrada, em tranquila penitência, só pela doce amizade, pela boa cozinha e pelos encantos do Tâmega e da cidade. Mas ficaram pois para Mafaldinha as ansiedades de outros sabores e temperos, que São Valentim perdoa : troca de olhares cúmplices, apalpadelas devagarinho, encontros, desejos pios, distribuição de sorrisos. Tudo, "au nom du Romantisme", que Mafaldinha, de certeza, nunca se move pelos euros da fortuna. Pincel e inspiração estes, duma artista da palavra e da metáfora, capaz de nos sugerir as mil interrogações de todos os afectos. . . Morreremos aos poucos, se deixarmos de namorar! E, o dinheiro, nunca foi, para esta Mulher de talento, ingrediente algum capaz de seduzir. Apenas as técnicas da emoção e da expressão da mais requintada literatura portuguesa... O poeta é, na realidade, "um fingidor". Beijos!