Sendo uma pessoa que sofre um pouco de falta de confiança e de insegurança, não me achando muito inteligente ou esperta e considerando-me mais do que vulgar, de vez em quando saltam-me uns impulsos e dou comigo a fazer coisas, como entrar em lugares, onde até costumo ir e me limito a escutar as conversas dos amigos, e dou comigo dizia eu, a intervir debatendo ideias com pessoas que considero, quer do ponto de vista de boa formação, de conhecimentos, de intelectualidade, superiores a mim.
Enquanto o diálogo decorre, sinto-me bem e considero-o salutar pois sei que sempre aprendemos alguma coisa.
O pior é quando algumas horas passadas e depois de remoer o pensamento, me condeno por me ter deixado levar pelo impulso e chego sempre à conclusão que teria feito melhor figura se tivesse ficado quieta no meu canto como habitualmente.
Outro estádio em que normalmente sou reservada é na primeira abordagem a pessoas. Levo muito tempo a decidir-me se devo ou não dar o primeiro passo e efectuar o contacto e quando finalmente o faço, passado um tempo (nalguns casos), acabo duvidando de o ter dado na direcção certa. Dou muita atenção aos pormenores, pequeninas coisas, às vezes só mesmo uma intuição e a interpretação que faço deles leva-me a acreditar que do outro lado não há o mesmo interesse de prosseguir no mútuo conhecimento.
Depois o resultado é sentir-me como hoje… não vou exagerar e dizer derrotada, mas de mal comigo mesma.
Mas como nem tudo pode ser mau, bom senso julgo possuir. Os impulsos são difíceis de controlar, mas as vozinhas que escuto cá dentro, dão-me bons conselhos dizendo: - tenta mais uma vez ou duas e agirás conforme o resultado que delas obtiveres. É essa a experiência que neste momento estou pondo em prática. O que for soará.
Decididamente a “aventura” não é o campo onde devo jogar e poucas são as vezes em que o atrevimento me tem deixado marcar pontos.
Mafalda, 22 de Setembro de 2010
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