Começa hoje a terceira estação do Ano – O Outono. E porque vivemos no Hemisfério Norte se chama de “Outono Boreal”.
É o Equinócio de Setembro, (palavra de origem latina que significa “noite igual ao dia”).
“Vai-te ao longo da costa discorrendo,
e outra terra acharás de mais verdade,
lá quase junto donde o Sol ardendo
iguala o dia e noite em quantidade.”
Luís de Camões
Acabou a irreverência e o bulício do Verão.
Começou um tempo mais ameno de tardes serenas que nos trazem a noite mais cedo.
Respira-se outro ar, nossos passos parecem mais leves, livres da sobrecarga do calor.
As árvores começam a perder o seu verde e as suas folhas amarelecem. Em breve secas, se desprenderão num adeus e ao tombarem no chão dos jardins, misturam-se no verde da relva. Nos passeios formam mantos de cor ocre, ás vezes em sua leveza, redemoinhando com o vento suave. São as cores do Outono, identificam-se mais com a própria terra numa sintonia de beleza rara, tão diferente da beleza das cores fortes e vivas que a Primavera nos traz.
Voando de volta ao Norte de África, já partiram as andorinhas, levando consigo seus filhotes. Voltarão para o ano e os mesmos casais ocuparão de novo os mesmos ninhos. Extraordinária a sua capacidade de orientação!
Dias haverá em que a chuva miudinha nos visitará, deixando no ar aquele cheiro gostoso a terra molhada.
Mais feliz estará o mar que ficou com a praia só para si. É tempo dele próprio se deliciar e em marés maiores avançar, abraçando a areia como que matando saudades.
É a Natureza mostrando as suas características. Mostrando a sua grandeza, a sua beleza que se repete ano após ano.
Mostrando-nos o “milagre” da existência, que no nosso dia a dia, correndo para alcançar...(o quê?) nem notamos.
Mafalda, 22 de Setembro de 2009
(fotos minhas)